Bebida com antioxidantes e ação anti-inflamatória. Consumo moderado traz efeitos positivos à saúde cardiovascular, mas em excesso pode ser prejudicial.
Por um bom tempo, foi difundida a crença de que o vinho é uma bebida que, apesar de alcoólica, pode trazer vantagens para a saúde. Vários estudos científicos indicam que o consumo moderado do vinho pode ter impactos positivos na saúde cardiovascular e imunológica.
Além disso, a tradição de apreciar um bom vinho durante refeições especiais é uma prática comum em diversas culturas ao redor do mundo. A combinação de sabores e aromas do vinho com diferentes pratos pode tornar a experiência gastronômica ainda mais prazerosa e sofisticada.
Vinho: Benefícios para a saúde cardiovascular
Mas por que isso acontece e até que ponto é verdade? De acordo com o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a bebida alcoólica vinho tinto possui boa quantidade de polifenóis, componentes antioxidantes que podem, sim, trazer benefícios para o sistema cardiovascular. Beber água com bicarbonato de sódio faz bem? Veja riscos e benefícios. Veja quais alimentos podem reduzir risco de doenças cardíacas e renais. Cerveja faz mal para a saúde? Veja 11 mitos e verdades. ‘Apesar da grande quantidade de resveratrol, um potente antioxidante, outros polifenóis estão presentes e, com isso, também ocorre a dilatação arterial, facilitando a circulação sanguínea, ação antiplaquetária, reduzindo a formação de trombo nos vasos sanguíneos e se favorece a neuroproteção’, explica Ribas Filho à CNN. ‘Outro fator importante é que os polifenóis reduzem a possibilidade de o colesterol LDL [considerado ruim] ser oxidado, e, portanto, evita a aterosclerose’, completa. A nutricionista Daniela Cierro, consultora técnica da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), também fala sobre os benefícios que o consumo moderado de vinho pode oferecer à saúde. ‘Ele pode trazer benefícios como a prevenção de doenças cardiovasculares e câncer, além de ter uma ação protetora do sistema nervoso. Tudo isso graças a uma série de componentes presentes na bebida, como as antocianinas, os taninos, os flavonoides, as catequinas, as procianidinas e os polifenóis’, lista a especialista à CNN. Entre os polifenóis, Cierro destaca o resveratrol, um composto bioativo de origem vegetal que não é sintetizado pelo corpo — ou seja, não é produzido naturalmente no nosso organismo e deve ser obtido através da alimentação. ‘Ele apresenta essa ação protetora para a saúde através dos seus antioxidantes, além de apresentar ação anti-inflamatória’, afirma. O que diz a ciência? Uma revisão publicada em 2019 associou o consumo de vinho tinto a um menor risco de doença arterial coronariana e, consequentemente, pode ter um benefício para a saúde cardiovascular. No entanto, a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) enfatiza que não está clara uma relação de causa e efeito, ou seja, outros fatores podem estar envolvidos nesse benefício, como uma alimentação mais saudável. Outro estudo, publicado em 2015, mostrou que beber uma taça de vinho com uma alimentação saudável pode reduzir o risco cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2. Os cientistas acreditam que o etanol presente na bebida desempenha um papel no metabolismo da glicose. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar as descobertas. Em 2018, um estudo mostrou que os polifenóis presentes no vinho tinto podem melhorar a microbiota intestinal, contribuindo para um intestino saudável. Segundo os pesquisadores, esses componentes podem atuar como prebióticos, que são compostos que estimulam bactérias intestinais saudáveis. No entanto, a pesquisa é limitada, e os médicos precisam de mais evidências para.
Fonte: © CNN Brasil
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