Americana executa movimento só grau de complexidade duplo mortal carpado no nível máximo de força. Diego Hypólito explica nota de partida.
Simone Biles realizou um salto incrível na Bercy Arena, em Paris, ao executar o Yurchenko Double Pike, conhecido como Biles II. Foi com esse salto que ela deu início à sua jornada em busca da medalha de ouro no individual geral. O movimento, homologado no Mundial da Antuérpia de 2023, é de extrema complexidade e desafia os limites da ginástica artística.
Além do salto espetacular que marcou o início da competição, Simone Biles demonstrou toda a sua habilidade e talento ao longo da prova. Cada salto e movimento executado por ela impressionou o público e os juízes, mostrando por que ela é considerada uma das melhores ginastas de todos os tempos. O Biles II é apenas um exemplo do que ela é capaz de realizar com sua incrível técnica e determinação.
Entenda a complexidade do salto de Simone Biles
E deve repetir na final por aparelhos do salto, neste sábado (3), às 11h20. Mas por que o salto da americana é tão desafiador em relação aos de Rebeca Andrade e os de outras rivais? – Esse movimento que a Simone realiza é um salto de alto risco. Se ela entra mal, ela pode até morrer – afirma o ex-ginasta, medalhista olímpico e comentarista Diego Hypólito.
No Yurchenko Double Pike, a ginasta começa com uma volta, dá uma volta completa com apoio do trampolim e entra de costas na mesa de salto. Dali, parte para o voo, um duplo mortal carpado, que pode ser 90 graus ou pode ser um pouco menos.
Diego Hypólito faz um comparativo com a ginástica masculina para explicar o grau de dificuldade: a mesa de salto feminina é mais baixa, aumentando o nível de força necessária para a impulsão. No masculino, a mesa tem 1,35m de altura, 10 cm a mais do que no feminino. – É um salto que é difícil de homens fazerem, e a mesa feminina tem altura menor, é de 1,25m. Ela entra com braços tão fortes, tão duros, que consegue se empurrar para fazer um duplo mortal na posição carpada.
A chamada nota de partida – que é a nota máxima possível de ser tirada – é de 16.400, muito acima dos demais. Isso porque o Biles II tem 6.400 de nota de dificuldade, contra 5.600, por exemplo, do Cheng, o outro salto que Simone costuma fazer e que Rebeca Andrade domina como poucas. A nota de execução é 10.000 para todos, e os juízes vão descontando as falhas na execução. Na final do individual geral de Paris, Simone Biles tirou 15.766 dos 16.400 possíveis no seu salto-assinatura.
Essas acrobacias nomeadas por Biles são tão complexas que somente ela consegue executá-las. – Por isso que quando a gente olha, esteticamente, às vezes, a ginástica por ser muito criteriosa, você não tem a dimensão da dificuldade. Os juízes têm que ser neutros, olhar pela nota de partida, eles olham criteriosos. Saiu do eixo aqui, e isso forma a nota final da atleta – finaliza Hypólito.
A trajetória do Biles II
O Biles II estreou em maio de 2021, mas em uma competição americana, e Biles precisava acertá-lo em uma competição internacional para homologá-lo. O plano era para as Olimpíadas de Tóquio, mas a
Fonte: © GE – Globo Esportes
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