República Democrática do Congo declara epidemia de varíola-pox (mpox) com nova cepa do Clade Ib. Cientistas alertam para infecções letais, mortes e taxas de letalidade. Transmissão sexual, rastreio de contatos e vacinação dirigida. Gravidade: doença orthopoxvírus afeta animais selvagens, escala desconhecida.
A mpox, antes conhecida como varíola dos macacos, voltou a preocupar os especialistas após a República do Congo anunciar, na quarta-feira (24/4), a presença de uma epidemia da doença. Em 2019, o país registrou 650 óbitos relacionados à infecção, que agora parece estar se espalhando para a República Democrática do Congo.
A recente propagação da mpox levanta preocupações sobre a possível disseminação da monkeypox, uma doença semelhante à variola, que afeta principalmente os primatas. É fundamental que medidas preventivas sejam implementadas com urgência para conter essa ameaça crescente.
Nova cepa Clade Ib da mpox preocupa autoridades de saúde
No momento atual, a grande preocupação gira em torno da possível ligação da epidemia com a propagação de uma nova cepa do vírus da mpox. A variante que desencadeou a emergência de saúde global em 2022 mostrou diferenças marcantes em relação à versão que está atualmente em circulação na República do Congo. A região de South Kivu detém a maioria dos casos, e a transmissão via contato sexual parece ser o modo mais comum de contágio, especialmente entre trabalhadores do sexo.
Em 15 de abril, pesquisadores do país divulgaram um estudo na plataforma medRxiv, sem revisão de pares, revelando a existência de uma nova cepa do vírus com potencial pandêmico. As mutações observadas nessa nova variante, batizada de Clade Ib, aumentam sua transmissibilidade e agravam a gravidade das infecções, com taxas de letalidade que podem atingir 10%.
A comunidade científica já conhecia dois tipos de vírus da mpox, o Clade II da África Ocidental e o Clade I da Bacia do Congo. Uma das principais distinções entre os dois é a severidade da doença, com uma taxa de mortalidade de 4% para o Clade II e de 10% para o Clade I. A recente onda de casos tem sido relacionada a uma variante do Clade I, que adquiriu a capacidade de transmissão sexual.
A mpox, ou ‘varíola dos macacos’, tem origem em animais selvagens, podendo ocasionalmente infectar humanos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) optou por adotar o termo mpox para evitar estigmas e associações equivocadas.
A epidemiologista Anne Rimoin, da Universidade da Califórnia, destaca que a região enfrenta uma crise humanitária, juntamente com a propagação de outras doenças, o que aumenta significativamente o risco de uma escalada do surto para além de sua área atual. Em 2022, houve relatos de transmissão sexual do vírus, embora da cepa Clade II, resultando em cerca de mil mortes antes da implementação de vacinação emergencial.
Com a atual proporção de indivíduos infectados com a Clade I, os pesquisadores instam para que se adotem medidas como vigilância intensificada, rastreio de contatos, suporte na gestão de casos e vacinação direcionada para conter esse novo surto com potencial pandêmico da mpox. A situação demanda uma abordagem ágil e coordenada para enfrentar os desafios impostos por essa doença altamente virulenta.
Fonte: @ Metropoles
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