Estudo da RGS: 90% investido em fusões no setor veio de fora, compradores crossborder, transações com investidores estrangeiros e compradores financeiros.
A tecnologia tem se mostrado um campo extremamente atrativo para investidores nacionais e estrangeiros, principalmente quando se trata de fusões e aquisições. Em 2023, observou-se que empresas e fundos estrangeiros foram os responsáveis por 90% dos investimentos realizados em M&As de companhias brasileiras ligadas à tecnologia, com um foco especial nos negócios do setor financeiro.
As fusões e aquisições no mercado de tecnologia têm se destacado como estratégias para o crescimento e expansão das empresas, permitindo uma maior competitividade e inovação no cenário nacional. A presença expressiva de investidores externos nesse cenário demonstra o potencial e a atratividade do mercado tecnológico brasileiro, que se mostra cada vez mais promissor para negócios e parcerias internacionais.
Compra da fintech Pismo pela Visa lidera ranking de transações
A compra da fintech Pismo pela Visa liderou o ranking de preço das transações e representou praticamente um terço do capital alocado em fusões e aquisições do setor no ano passado. Dados do ‘M&A Brazil Reports’, da assessoria RGS partners, mostram que a participação de compradores crossborder — financeiros ou estratégicos — subiu de maneira geral nas fusões e aquisições no país do último ano.
Representaram 47% das transações, contra 43% em 2022. No setor de tecnologia, em que o mercado brasileiro ainda não é tão maduro e a disponibilidade de capital é menor, a proporção aumenta. ‘As grandes transações, acima de R$ 1 bilhão, geralmente são feitas por compradores financeiros, porque os investidores brasileiros não têm tamanho para isso’, diz Fábio Jamra, sócio da RGS Partners.
Embora o número de negócios envolvendo capital estrangeiro no segmento tenha representado 67,5% do total, os aportes representaram 90% do montante financeiro — em 2022, foram 72%. Além da compra da Pismo pela Visa, por R$ 4,8 bilhões, a Evertec adquiriu a Sinqia por RS 2,98 bilhões. O aporte de RS 1 bilhão da gestora General Atlantic na QI Tech fecha a trinca de principais negociações.
O estudo considera apenas transações superiores a R$ 50 milhões. Fundos estrangeiros com sede no Brasil são incluídos na categoria crossborder. ‘Se tirarmos a aquisição da Pismo, metade das transações foram de investidores financeiros (fundos de investimento) e a outra metade, de investidores estratégicos’, afirma Jamra.
Para ele, isso mostra que os fundos seguem acreditando em tecnologia e apostando em empresas em fase de crescimento, enquanto os estratégicos têm adotado a aquisição para se transformarem em empresas de tecnologia ou passar pela transformação digital. Diante desse cenário, o setor liderou a quantidade de M&As no ano.
Impacto da tecnologia nas transações financeiras
No entanto, quando se olha apenas para os valores de transação, tecnologia fica em quinto lugar. ‘Essas empresas geralmente são compradas em um estágio anterior. Há muitas transações de tamanho médio e pequeno’, conta Jamra. Além disso, grandes transações em consumo, saúde também elevaram a posição desses setores.
Mercados relacionados a commodities, pela própria natureza da economia brasileira, também tendem a se destacar nas análises. IM Business Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios? Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail. Nome Preencha o campo corretamente! E-mail E-mail inválido! Empresa Preencha o campo corretamente!
Fonte: @ Info Money
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