Comunicado divulgado sexta-feira traz quadros preocupantes de lesões físicas por acidentes com aranhas e serpentes, além de transmissão de doenças por água contaminada e vetores como mosquitos e ratos.
Em anúncio divulgado hoje, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou o crescimento de várias doenças e outras situações alarmantes que geralmente afetam regiões atingidas por desastres naturais, como as inundações no Rio Grande do Sul.
É crucial estar atento aos sinais de enfermidades e patologias que podem surgir em decorrência desses eventos extremos, pois os agravos à saúde da população podem ser significativos. A prevenção e o cuidado adequado são essenciais para minimizar os impactos das doenças e garantir o bem-estar de todos os afetados.
Alerta sobre a propagação de doenças em regiões afetadas por enchentes
Assim como comunicado recentemente na capa de VEJA, a divulgação feita sexta-feira destaca a preocupação com o aumento dos casos de doenças, enfermidades respiratórias e gastrointestinais, além de lesões físicas e agravos relacionados a acidentes com animais peçonhentos. Esses quadros preocupantes tendem a acometer as áreas atingidas pelas enchentes, conforme apontado por pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz).
Com a elevação do nível das águas, cresce a probabilidade de ocorrência de acidentes com aranhas e serpentes, aumentando assim o risco de transmissão de doenças transmitidas por água contaminada e vetores, como dengue e leptospirose. Esses agravos, historicamente associados a picos nos meses subsequentes às inundações, já são esperados pelos especialistas.
Os cientistas ressaltaram a deterioração desses cenários devido às condições precárias de saneamento e à dificuldade de acesso aos cuidados médicos nas áreas afetadas. A sobreposição desses riscos, no mesmo período e localidades, demanda uma maior capacidade do sistema de saúde para realizar diagnósticos diferenciais e identificar os casos mais graves, que podem necessitar de internação hospitalar ou tratamento especializado.
Doenças agudas, poluição e a presença de animais peçonhentos são focos de atenção no relatório, que destaca o aumento de casos de covid-19, gripes e resfriados devido às aglomerações nos abrigos. Também são mencionadas a tuberculose e doenças gastrointestinais, como hepatite A e diarreia infecciosa, causadas principalmente pelo contato com água contaminada.
O documento técnico ainda alerta para as áreas de risco de animais peçonhentos, como vales, planaltos, depressão central e litoral norte do Estado, historicamente mais propensas a acidentes desse tipo. Além disso, ressalta a presença de 1.518 estabelecimentos potencialmente poluidores na região afetada pela inundação, especialmente em Porto Alegre, como indústrias, terminais de transporte, obras civis, comércios e depósitos, o que pode expor a população a substâncias tóxicas nos meses subsequentes ao desastre ambiental.
Doenças crônicas e saúde mental também são temas de preocupação, conforme estudo divulgado pelos pesquisadores da Fiocruz. Diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e transtornos mentais podem apresentar descontroles devido à interrupção do acesso a medicamentos e cuidados médicos. A saúde mental dos desabrigados, profissionais e voluntários envolvidos na situação de emergência também é destacada, com o risco de desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade. Este é um momento desafiador, no qual muitos serviços ainda precisam ser restabelecidos.
Fonte: @ Veja Abril
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