Lessa afirmou ter se encontrado com o ‘Doutor Piroca’ para pesquisar locais de execução de Marielle, conforme relatório da Polícia Federal.
Marielle Franco é uma figura importante na história do Rio de Janeiro. Sua atuação como vereadora deixou um legado de luta pelos direitos humanos e igualdade social. Infelizmente, sua vida foi interrompida de forma trágica e brutal em março de 2018.
O ex-policial militar Ronnie Lessa admitiu em sua delação premiada que pesquisou locais para a execução da vereadora Marielle Franco. Esse relato chocante revela detalhes sórdidos sobre a trama que resultou na morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, naquela fatídica noite.
Relatório da Polícia Federal aponta detalhes sobre a execução de Marielle Franco
De acordo com o relatório da Polícia Federal sobre o caso, Lessa afirmou que, na ocasião, estava ‘obcecado em encontrar uma alternativa viável’ para a execução e, por isso, passou a estudar o endereço em que a vereadora Marielle Franco morava ‘com afinco’, enquanto estava na companhia do advogado Anderson Gomes, morto 29 dias depois do assassinato.
Marcos Maia também é brevemente mencionado na delação premiada de Élcio de Queiroz, ex-policial militar, outro suspeito de ter executado a vereadora Marielle Franco. Segundo colegas de profissão de André Luiz Fernandes Maia, o apelido ‘Doutor Piroca’ fazia referência à expressão ‘piroca das ideias’, no sentido de ‘doido’.
Desvendando o perfil de André Luiz Fernandes Maia, conhecido como ‘Doutor Piroca’
A reportagem descobriu que, no meio profissional, Maia era considerado ‘marrento’, se envolvia em brigas e tinha o hábito de andar armado. No momento de sua morte, em 12 de abril de 2018, ele respondia por crimes de ameaça e estelionato. Maia já tinha sido condenado, em julho de 2014, pelo crime de coação no curso do processo e cumpriu um ano de prisão em regime aberto.
Não foram encontrados representantes de Maia. No dia de seu assassinato, ele estava saindo de casa no Anil, bairro dominado pela milícia na zona oeste do Rio, quando foi abordado por dois homens armados em uma moto.
Motivações e desdobramentos do assassinato de André Luiz Fernandes Maia
Os suspeitos atiraram à queima-roupa contra o advogado, atingindo-o no peito, e fugiram sem levar nada. Na época, a Polícia Civil do Rio concluiu que o homicídio foi motivado por dívidas com a milícia, com o caso sendo denunciado pelo Ministério Público.
Um suspeito do crime, ligado ao grupo paramilitar do Anil, foi preso em Miguel Pereira, no interior do estado, em agosto de 2021. Lessa, réu confesso, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, apontando outros três suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de matar a assessora Fernanda Chaves.
Operação Murder Inc.: desdobramentos e novas prisões em relação ao caso Marielle Franco
Neste domingo (24), a Polícia Federal deflagrou a operação Murder Inc. e prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil no Rio. Segundo o despacho que autorizou as prisões, houve divergência política em relação à regularização fundiária de condomínios da zona oeste do Rio, o que seria uma das motivações por trás do crime de Marielle Franco.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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