Filme com Sebastian Stan e Jeremy Strong revela a luta de classes entre magnatas no poder, mostrando a relação de trocas de favores na criação de uma imagem pública.
A relação entre Donald Trump e seu advogado Roy Cohn é o foco do filme “O Aprendiz”, que mostra como as trocas de favores e a luta de classes mantêm os magnatas no poder. A personalidade de Donald Trump é um dos principais pontos de interesse do filme. Em “O Aprendiz”, Jeremy Strong interpreta Roy Cohn, enquanto Sebastian Stan assume o papel de Donald Trump, mostrando a complexidade da relação entre os dois.
Em um momento específico do filme, Sebastian Stan desaparece de cena, deixando o espectador se perguntar sobre o que aconteceu com a personagem de Donald Trump. A política de Donald Trump é um tema recorrente ao longo do filme. Além disso, a personalidade de Donald Trump é comparada à de um herói da Marvel, que luta contra as adversidades e sempre consegue se sair bem. No entanto, a realidade é bem diferente, e o filme mostra como a luta de classes e as trocas de favores são fundamentais para manter os magnatas no poder. A biografia de Donald Trump é um tema polêmico e controverso.
A Metamorfose de Donald Trump
A transformação física de Donald Trump é apresentada de forma gradual e intencional, revelando os traços característicos do magnata que conhecemos hoje. A criação de Trump enquanto personalidade política e midiática é o objeto de estudo da obra, que leva o mesmo título do reality show apresentado pelo magnata ao longo de 14 temporadas. A diferença é que, desta vez, a dinâmica de criador e criatura está invertida: quem põe as cartas na mesa e estabelece o ritmo do jogo é Roy Cohn, advogado considerado ‘padrinho de Trump’ e um homem vil, temido e praticamente imbatível nos tribunais.
A relação entre Cohn e Trump é o centro da obra, mostrando que a história se repete ora como tragédia, ora como farsa. Os dois se conhecem frequentando o mesmo clube seleto e se aproximam quando Donald bajula o advogado o suficiente para conquistá-lo para defender seu pai, Fred, em uma causa já considerada perdida que envolvia discriminação racial. A insistência faz com que o pupilo ganhe a confiança de seu mestre, que vê nele o potencial para ser alguém grande e logo dedica a passar adiante seus ensinamentos — incluindo aí suas supostas ‘três regras’ para vencer na vida.
A Luta de Classes e as Trocas de Favores
É diante desta relação quase simbiótica entre Trump e Cohn que ‘O Aprendiz’ usa essa que é talvez uma das figuras mais emblemáticas do capitalismo contemporâneo para colocar uma lente de aumento sobre as estruturas do sistema e as ‘trocas de favores’ que ditam a luta de classes e mantêm no poder pessoas como Roy Cohn, Roger Ailes e Rupert Murdoch. É como se o filme fosse uma versão mais objetiva e menos complexa (e, talvez justamente por isso, consideravelmente mais ingênua) de ‘Succession’.
Para deixar isso mais claro, o longa usa a construção do luxuoso Trump Tower, o arranha-céu de 202 metros e 58 andares localizado na 5ª Avenida em Manhattan, para ilustrar o cenário de discrepância em que o ex-presidente dos Estados Unidos ascendeu economicamente nas décadas de 1970 e 1980. Diante de uma cidade falida e sem empregos, Trump conseguiu isenção fiscal para seu empreendimento egoico, cuja própria construção era rodeada de entraves judiciais e denúncias de ilegalidades trabalhistas; o status de visionário que geraria empregos e colocaria a cidade ‘de volta no eixo’ foi o suficiente para dar ao personagem condição e reconhecimento para que ele se tornasse um herói da Marvel, um magnata com poder e influência.
O Poder e a Influência de Donald Trump
A obra mostra como Trump se tornou um personagem central na política e na mídia, usando sua personalidade e seu carisma para conquistar o público e se manter no poder. A relação entre Trump e Cohn é um exemplo claro de como as trocas de favores e a luta de classes podem levar pessoas ao poder e mantê-las lá. O filme também mostra como Trump usou sua influência e seu poder para construir seu império e se tornar um dos homens mais ricos e poderosos do mundo.
A obra é uma crítica ao sistema capitalista e às estruturas de poder que permitem que pessoas como Trump e Cohn sejam mantidas no poder. É uma reflexão sobre a natureza da política e da mídia e como elas podem ser usadas para manipular o público e manter o poder. É uma obra que nos faz questionar sobre a natureza da realidade e como ela é construída e manipulada pelas pessoas que estão no poder.
Fonte: @ Terra
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