IDV pede leis mais duras contra as bets que criaram viciados em apostas online, afetando classes C, D e E, com alta despesa mensal e baixa renda.
O setor varejista brasileiro enfrenta um novo desafio após a polêmica sobre a taxação de peças de vestuário importadas da China. Agora, as apostas online se tornaram uma ameaça às vendas do varejo, com cerca de 300 plataformas operando no país. Essas plataformas de apostas oferecem uma variedade de opções de jogos de azar, atraindo consumidores que buscam diversão e possibilidades de ganhos.
Os números são alarmantes e mostram que as apostas online estão crescendo rapidamente no Brasil. Com a facilidade de acesso a essas plataformas, os consumidores estão optando por gastar seu dinheiro em jogos de chance em vez de produtos tradicionais do varejo. Além disso, a popularidade dos jogos online está aumentando, o que pode levar a uma redução nas vendas do varejo. É preciso que o setor varejista encontre uma forma de se adaptar a essa nova realidade e encontrar maneiras de competir com as apostas online. A concorrência é feroz e exige estratégias inovadoras.
Apostas Online: Um Problema em Ascensão
De acordo com uma pesquisa realizada pela Hibou em agosto deste ano, com 2.839 pessoas, a despesa mensal do brasileiro com apostas online varia entre R$ 100 e R$ 500. Esse hábito está particularmente arraigado nas classes C, D e E, onde 79% de seus integrantes apostam regularmente. Além disso, o Banco Central revelou que cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões às apostas apenas em agosto, o que corresponde a 21% do total de R$ 14,1 bilhões desembolsado pelo governo federal no programa de transferência de renda.
O Impacto das Apostas Online no Varejo
As plataformas online de apostas arrecadaram entre R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões em apostas apenas em 2023. Desse total, cerca de R$ 40 bilhões deixaram de ser gastos com bens e serviços. Para 2024, a projeção é que as apostas arrecadem até R$ 130 bilhões, o dobro das vendas registradas em 2023 pela Magazine Luiza, uma das gigantes do varejo. Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), afirma que a entidade começou a se preocupar com o impacto causado pelas apostas ao notar uma queda de consumo em alimentação e vestuário, seguido de relatos de associados sobre as dificuldades financeiras de funcionários com apostas.
Um Vício em Ascensão
‘Começamos a analisar os efeitos, não só do desvio de finalidade do dinheiro usado nas apostas, mas também a questão de saúde pública, pois virou um vício’, diz Gonçalves. Depois de consultar a Febraban, o IDV descobriu uma inadimplência de 2 em cada 3 faturas de cartões de crédito de clientes que apostam online. Diante desse quadro, Gonçalves conta que aproveitou a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin no evento de 20 anos de fundação do IDV para apresentar o problema. Desde então, foram mais duas reuniões com o vice-presidente, a última na segunda-feira, 23 de setembro.
Uma Regulamentação Mais Firme
‘Pedimos uma regulamentação mais firme, pois as propagandas das apostas estão 24 horas na TV e nas mídias sociais, uma taxação maior, hoje em 12%, e que as apostas banquem o tratamento para livrar o vício de apostadores, pois essa conta vai cair no SUS’, diz ele. O IDV tem advertido riscos associados ao crescimento das plataformas eletrônicas de apostas, conhecidas como jogos de azar, jogos de chance e jogos online. O que preocupa mais o segmento? ‘Começamos a acompanhar esse efeito das apostas internamente, com associados relatando dificuldades financeiras de funcionários com apostas e outros efeitos’, afirma Gonçalves.
Fonte: @ NEO FEED
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