Julio Nery defende políticas públicas para fortalecer a indústria nacional, critica o imposto do pecado e destaca a importância do Brasil no mercado global de minerais críticos, como na transição energética e cadeia de valor de parques eólicos.
A transição energética é um desafio global que exige soluções inovadoras e sustentáveis. Nesse contexto, a corrida por tecnologias de transição energética ganha força, impulsionada pela necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas. No cerne desse movimento, estão os minerais críticos e estratégicos, como lítio, níquel, cobalto e terras raras, que desempenham um papel fundamental na produção de baterias e outros componentes essenciais para a transição energética.
A descarbonização da economia é um objetivo comum a muitos países, e a transição energética é um passo crucial nesse processo. Para alcançar um futuro sustentável, é necessário investir em tecnologias limpas e renováveis, como a energia solar e eólica, e desenvolver soluções inovadoras para armazenar e utilizar a energia de forma eficiente. Nesse sentido, os minerais críticos e estratégicos são fundamentais para o sucesso da transição energética e para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente.
Transição Energética: O Papel dos Minerais Críticos
Os minerais críticos são fundamentais para a fabricação de produtos que promovem a descarbonização da economia, como baterias de carros elétricos e infraestrutura para parques eólicos. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) elaboraram um estudo para subsidiar a criação de programas governamentais que fortaleçam a mineração e levem o país rumo a um futuro sustentável.
O estudo, intitulado ‘Fundamentos para políticas públicas em minerais críticos e estratégicos para o Brasil’, foi entregue à Comissão de Transição Energética do Congresso Nacional. ‘Analisamos o que foi feito em 17 países e na União Europeia para entender o que seria recomendável também para o Brasil’, afirma o engenheiro de minas Julio Nery, diretor de sustentabilidade do Ibram. ‘Precisamos agregar valor à cadeia e não ficar só com a etapa da mineração. Acreditamos que existe uma grande oportunidade que precisa ser aproveitada. Já perdemos outras, não podemos perder.’
Entendendo a Importância dos Minerais Críticos
Com as evidências das mudanças climáticas, o mundo começou a pensar sobre minerais para a transição energética. Esse é um assunto antigo, que volta a cada período da história. Alguns países relacionam esses minerais à dependência econômica, mas a maioria se preocupa com a transição energética. O estudo do Ibram relacionou os minerais estratégicos importantes para a balança comercial do Brasil. Por exemplo, 95% do potássio utilizado no país vem de fora, o que é essencial para o agronegócio.
A transição energética é um desafio global, e o Brasil precisa aproveitar a oportunidade para se posicionar no mercado. ‘Precisamos agregar valor à cadeia e não ficar só com a etapa da mineração’, afirma Nery. ‘Acreditamos que existe uma grande oportunidade que precisa ser aproveitada. Já perdemos outras e não podemos perder a janela de oportunidade aberta pela transição energética.’
Aprendendo com o Passado
O Brasil já perdeu oportunidades no setor de mineração. Na siderurgia, por exemplo, o país tem jazidas de minério de ferro de excelente qualidade, mas a siderurgia avançou muito pouco ao longo do tempo. Nos anos 2000, o Brasil tinha capacidade instalada para produzir 30-35 milhões de toneladas de aço, enquanto os grandes produtores mundiais produziam na faixa de 100 milhões de toneladas. A China disparou e hoje tem uma capacidade instalada de 1,3 bilhão de toneladas de aço. Em 2023, houve um excedente na produção chinesa e 100 milhões de toneladas foram colocadas no mercado para exportação, causando um problema gigantesco para a indústria brasileira.
Fonte: @ NEO FEED
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