Durante a noite, seu cérebro processa nossas emoções, antecedendo provas de estatística. Pesadelo recorrente? Professor de medicina diz: “Estou trabalhando nisso”.
Em meados de 2025, Oluwatosin, de 17 anos, estará se preparando para as chamadas A-levels, os exames que antecedem a etapa final do processo seletivo do ensino superior no Reino Unido. E ele sabe que, à medida que esse momento se aproxima, terá o mesmo sonho recorrente.
Enquanto lida com a pressão dos estudos e a expectativa em torno do seu futuro acadêmico, Oluwatosin também enfrenta pesadelos noturnos que o perturbam. Mesmo assim, ele se mantém determinado a superar seus medos e alcançar seus sonhos mais profundos.
Sonhos e Pesadelos Noturnos: Uma Janela para Nossas Emoções
Oluwatosin se vê em uma situação familiar, uma sala de exames com sua prova de matemática à frente. No entanto, algo está diferente desta vez. Sua revisão de estatística e mecânica se misturou, e as perguntas no teste são um desafio desconhecido. A sensação de despreparo o domina, e ele acorda repentinamente, suando e com dor de cabeça. A realidade reconfortante de que tudo não passava de um sonho o envolve.
A frequência desses pesadelos é difícil de quantificar, já que muitos não os recordam. Mas por que somos assombrados por esses sonhos noturnos? Colin Espie, renomado professor de medicina do sono da Universidade de Oxford, lança luz sobre o assunto. Ele explica que nosso cérebro está ativo mesmo durante o sono, consolidando aprendizados, construindo memórias e processando emoções. Nesse processo, surgem os sonhos, como reflexo do que estamos vivenciando internamente.
Espie destaca que os sonhos, incluindo os sobre provas, servem como provas de que nosso cérebro está ativo e absorvendo informações. Eles atuam como uma revisão noturna, tranquilizando-nos de que o aprendizado está em curso, mesmo sem nossa consciência. Os exames, por serem desafiadores, frequentemente se destacam em nossos sonhos, pois representam ameaças em potencial.
A presença recorrente desses sonhos com provas é comum, afirma Espie. A maioria das pessoas os experimenta, mesmo que não os recordem. Para alguns, esses sonhos permanecem no subconsciente, enquanto para outros, tornam-se uma ocorrência noturna constante. A estudante Zuhal, de 19 anos, compartilha sua experiência de sonhar repetidamente que está atrasada, revelando a influência do tempo em nossos sonhos.
Colin Espie simplifica a questão, explicando que a percepção do tempo persiste durante o sono, uma habilidade ancestral. Os pesadelos, segundo o professor, são manifestações emocionais que refletem o processamento de nossos sentimentos enquanto dormimos. Alguns pesadelos podem perdurar por anos, revelando a complexidade de nossas mentes durante o sono.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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