Brasil propõe ao G20 princípio de programas sociais abrangentes, transferência de renda condicionada, apoio à agricultura familiar e merenda escolar.
A proposta da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, apresentada pelo Brasil no G20, destaca a importância de combater a fome e a pobreza por meio de programas sociais abrangentes. Segundo Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, a iniciativa visa combater esses desafios de forma eficaz e colaborativa.
Além disso, a Aliança Global também busca ajudar os países a enfrentar as questões relacionadas à fome e à pobreza, promovendo a cooperação internacional e o compartilhamento de melhores práticas. O objetivo principal é combater esses problemas de maneira sustentável e inclusiva, visando o desenvolvimento global e a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos.
Combater a fome: princípio de programas sociais abrangentes
De acordo com o embaixador, é amplamente reconhecido que os programas sociais mais eficazes incluem iniciativas de transferência de renda condicionada, apoio à agricultura familiar, merenda escolar, cadastro único e bancos de leite materno, entre outros. Após mais de duas décadas de implementação, agora há um respaldo internacional de organizações como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e o Banco Mundial que afirmam: esses são os programas que realmente funcionam.
Pela primeira vez, há um acúmulo de conhecimento sobre o que é eficaz para combater a fome global, pois alguns países tiveram experiências altamente positivas nesse sentido, conforme destacado em uma apresentação à imprensa sobre a reunião da Força-Tarefa do G20 para estabelecer a aliança.
O Brasil ocupa a presidência do G20, que reúne 19 das principais economias do mundo, além de representantes da União Europeia e da União Africana. Na próxima semana, serão realizadas quatro reuniões ministeriais. A primeira, abordando o desenvolvimento, acontecerá na segunda e terça-feira seguintes (22 e 23 de novembro).
Na quarta-feira (24), está programada a reunião ministerial da força-tarefa de combate à fome, seguida pelos encontros de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais na quinta e sexta-feira (25 e 26). Todas as atividades serão sediadas no Rio de Janeiro, com a quarta reunião ocorrendo em Fortaleza, também nos dias 25 e 26, para discutir trabalho e emprego.
Este evento marcará o pré-lançamento da força-tarefa e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Espera-se a participação de representantes de Bangladesh, país que, assim como o Brasil, possui programas sociais abrangentes que contribuem para o combate à pobreza.
Segundo Mauricio Lyrio, ambos os países adotam programas que têm a mulher como peça central, como o Bolsa Família no Brasil e o programa de microcrédito em Bangladesh. ‘Esses países conseguiram reduzir consideravelmente a pobreza e a fome com programas centrados nas mulheres, o que foi comprovado pelo Banco Mundial’, afirmou.
Antecedendo o evento do dia 24, a FAO lançará o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), apresentando seu mapa da fome. No último relatório, referente a 2022, estimou-se que a fome afetou em média 735 milhões de pessoas, um aumento de 122 milhões em relação a 2019, antes da pandemia de covid-19.
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty explicou que a força-tarefa propõe uma triangulação de esforços entre os países interessados, indo além do G20, com a possibilidade de adesão de todos. Durante a reunião da próxima semana, serão formalizados os documentos que estabelecem a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, abrindo espaço para novas adesões.
O lançamento oficial está marcado para novembro, na Cúpula do G20. Haverá países atuando como doadores de recursos financeiros, bem como beneficiários, e a maioria dos esforços estará direcionada para combater a fome e a pobreza de forma eficaz e sustentável.
Fonte: @ Agencia Brasil
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