Após enchentes em Porto, cerca de 200 famílias foram afetadas. Ocupação histórica no centro da cidade ocorreu após enchente de maio.
As ocupações de imóveis abandonados têm se tornado mais frequentes em São Paulo. Pelo menos cinco ocupações foram registradas na região central da cidade desde o início do ano. A mais recente ocupação, realizada por um grupo de estudantes, ocorreu na última sexta-feira (21) e chamou a atenção da imprensa local.
Além das ocupações de prédios abandonados, também tem crescido o número de moradias provisórias em áreas de risco. Com as constantes invasões de terrenos baldios, muitas famílias têm buscado residências temporárias como alternativa para escapar das enchentes. A situação tem gerado preocupação entre as autoridades locais, que buscam soluções para garantir moradia digna para todos os cidadãos.
Ocupações como alternativa após enchentes em Porto Alegre
A cidade de Porto Alegre tem sido palco de diversas ocupações de prédios abandonados, que se tornaram moradias provisórias para famílias afetadas por enchentes. Uma dessas ocupações é a Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul, localizada no centro histórico da cidade. Neste local, aproximadamente 48 famílias, totalizando mais de 120 pessoas, encontraram abrigo em um antigo hotel abandonado há mais de uma década.
Diferentemente de outras invasões recentes, essa ocupação não foi liderada por um movimento social organizado, mas sim por famílias em busca de soluções para a falta de moradia. Liziane Pacheco Dutra, faxineira de 37 anos, é uma das ocupantes e relata que a decisão de se mudar para o prédio ocorreu após a enchente de maio atingir sua residência no bairro Rio Branco, deixando-a completamente alagada.
A situação de escassez habitacional em Porto Alegre é evidenciada pela existência de diversos prédios ociosos, como aponta Liziane. Ela questiona a falta de iniciativas para aproveitar esses espaços vazios em prol da população necessitada. Carlos Eduardo Marques, pedreiro e técnico de celulares de 43 anos, também encontrou na ocupação uma alternativa após perder tudo no bairro Sarandi durante as enchentes.
As ocupações como a O Rio Mais Grande do Sul são reflexos do agravamento da crise habitacional na capital gaúcha. Um estudo da Fundação João Pinheiro revelou um déficit habitacional de mais de 87 mil moradias em Porto Alegre em 2019, número que se agravou com as recentes enchentes que desalojaram mais de 388 mil pessoas em todo o estado.
Apesar dos desafios enfrentados, os ocupantes estão determinados a lutar por seus direitos e por moradias dignas. Mesmo diante de pressões judiciais para deixarem o prédio, as famílias resistem a retornar aos abrigos ou cidades temporárias, reivindicando uma solução mais permanente para sua situação. A solidariedade e união entre os ocupantes são destacadas como fundamentais nesse processo de busca por moradia e dignidade.
Fonte: @ Agencia Brasil
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