Reunião produtiva do Comitê Central sem estipular metas de longo prazo, apenas com apelo para crescimento de 5% em 2024.
As autoridades da China sempre foram conhecidas pela obsessão com o planejamento de longo prazo, calculado em planilhas e meticulosamente colocado em prática e cobrado dos governos locais, indústria e outros setores da atividade produtiva. A letargia em que está afundada a economia chinesa desde a pandemia, porém, parece ter alterado esse último bastião que direcionava o crescimento do país.
Essa mudança de rumo na estratégia econômica do gigante asiático tem gerado debates acalorados entre os especialistas em economia asiática. A China continua sendo uma potência asiática em ascensão, mas as incertezas sobre o futuro do país são cada vez mais evidentes.
Reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês
A recente reunião de quatro dias do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, conhecida como Terceiro Plenário, é um evento crucial que ocorre a cada década, visando definir estratégias de longo prazo para a gigante nação asiática. O encerramento desta reunião, que aconteceu nesta quinta-feira, 18 de julho, despertou grande interesse, especialmente devido à ausência de diretrizes específicas para abordar os desafios econômicos enfrentados pela China.
O comunicado final da reunião enfatizou a necessidade da China se esforçar incansavelmente para atingir as metas de crescimento deste ano, estipuladas em 5%, o que gerou especulações entre analistas sobre a possibilidade de medidas futuras ainda estarem em fase de planejamento. Essa demora tem despertado curiosidade no Ocidente, que aguarda por mais detalhes sobre as estratégias a serem adotadas.
Embora o comunicado tenha sido breve e vago, espera-se que o relatório completo da reunião, presidida por Xi Jinping, seja divulgado na próxima semana, trazendo mais clareza sobre as diretrizes estabelecidas. O Comitê Central reafirmou seu compromisso em aprofundar as reformas em diversas áreas, visando a modernização da economia chinesa e abordando questões como desenvolvimento rural, tributação, proteção ambiental, segurança nacional e combate à corrupção.
A palavra ‘reforma’ foi mencionada repetidamente no comunicado, destacando o foco do governo chinês em melhorar a governança e aumentar a eficiência em vez de seguir uma abordagem de liberalização. Embora tenha sido prometido um melhor desempenho do mercado, o comunicado ressaltou a importância de manter a ordem e corrigir as falhas existentes, demonstrando a preocupação do governo em mitigar os riscos no sistema financeiro.
Para especialistas como Larry Hu, economista-chefe da Macquarie Capital para a China, a ‘modernização chinesa’ é uma perspectiva abrangente para enfrentar os desafios futuros do país, abrangendo aspectos econômicos, sociais, ambientais e geopolíticos. Lian Ping, diretor-geral do Fórum dos Economistas-Chefes da China, destacou a referência às metas de crescimento como um estímulo à mobilização, visando superar o desempenho decepcionante do segundo trimestre deste ano.
No cenário econômico atual, marcado por um crescimento opaco, a China enfrenta desafios em setores-chave como o imobiliário, o consumo e a dívida dos governos locais. A queda de quase 27% nas vendas de imóveis até junho, resultado da bolha imobiliária pós-pandemia, evidencia a necessidade de medidas eficazes para lidar com a sobreoferta e seus impactos.
Com cerca de 4 milhões de apartamentos vazios, a China enfrenta a urgência de implementar estratégias de longo prazo para impulsionar sua economia e garantir um crescimento sustentável no futuro. A expectativa é de que as próximas ações do governo e do Partido Comunista Chinês sejam decisivas para superar os desafios atuais e fortalecer a posição do país como um líder global.
Fonte: @ NEO FEED
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