Decisões motivadas por medo podem concretizar expectativas ruins no mercado financeiro mundial, com pânico e histeria afetando as taxas de juros.
Uma semana após a Black Monday, que abalou o mercado financeiro global, causando grande agitação e incertezas, já é possível vislumbrar alguns dos fatores que contribuíram para esse evento marcante. O gatilho para as vendas em massa de ativos, ou o sell off, foi a decisão do Banco Central japonês de aumentar a taxa de juros, tornando as operações de carry trade mais onerosas – estratégia em que investidores tomam empréstimos em uma moeda com juros baixos para investir em outra com juros mais altos.
Em meio ao cenário de volatilidade e nervosismo, surgem lembranças do Crash de 1987, conhecido como a Segunda-feira negra, que deixou marcas profundas nos investidores e na economia global. A Black Monday de hoje traz à tona reflexões sobre a fragilidade dos mercados e a importância de monitorar de perto as decisões dos bancos centrais e seus impactos no cenário econômico mundial.
Black Monday: O Pano de Fundo do Crash de 1987
O princípio da Black Monday de 1987 foi marcado por um cenário de pânico nos mercados financeiros mundiais. A histeria se espalhou rapidamente, levando a uma queda vertiginosa nos índices de ações. O Crash de 1987 foi desencadeado por uma combinação de fatores, incluindo a elevação das taxas de juros pelo BC japonês e a valorização da moeda japonesa frente ao dólar.
A Segunda-feira Negra foi um dia de caos nos mercados, com investidores correndo para liquidar suas posições e evitar maiores perdas. O medo de uma recessão nos EUA também contribuiu para a turbulência, com dados econômicos indicando um aumento no desemprego e na inadimplência em cartões de crédito.
Apesar dos sinais de desaceleração da economia, havia expectativas de que o FED iniciasse uma flexibilização da política monetária para estimular o crescimento. O debate sobre a magnitude da acomodação da economia e o temor de um ‘hard landing’ mantiveram os investidores em alerta.
No entanto, os dados disponíveis não sustentavam a tese de uma recessão iminente. A possibilidade de um ‘soft landing’ era considerada mais provável, apesar da volatilidade nos mercados. A incerteza e a ansiedade dominavam o cenário financeiro, com os participantes do mercado cautelosos em meio à turbulência.
A Black Monday de 1987 serviu como um lembrete dos riscos inerentes aos mercados financeiros e da importância de uma análise cuidadosa do cenário econômico. A volatilidade e a incerteza são elementos constantes no mundo dos investimentos, e a capacidade de se adaptar a essas condições é essencial para sobreviver em meio à turbulência.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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