Aparelho confiscado pela PF a pedido do ministro do Tribunal para investigar vazamento de informações e monitoramento de desinformação.
O juiz Pedro Santos, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), indeferiu hoje (29) o pedido de devolução do celular de Ana Silva, ex-colaboradora do magistrado no departamento de tecnologia do Judiciário, encarregada da análise de dados em processos judiciais.
Em sua decisão, o magistrado ressaltou a importância do aparelho como meio de prova e determinou que o celular seja mantido sob custódia da justiça até o desfecho das investigações. Além disso, Pedro Santos destacou a necessidade de preservar a integridade das informações contidas no celular durante o desenrolar do processo.
Polícia Federal apreende celular de Tagliaferro por determinação de Moraes
Durante o depoimento prestado na semana passada, o celular de Tagliaferro foi apreendido pela Polícia Federal (PF) por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A ação ocorreu no âmbito do inquérito que investiga o vazamento das conversas que embasaram reportagens do jornal Folha de S.Paulo. As matérias jornalísticas levantaram acusações sobre o uso de ‘formas não oficiais’ pelo ministro para a produção de informações visando investigar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022, período em que Moraes atuou como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Decisão de Moraes sobre devolução do aparelho de Tagliaferro
Em sua decisão, Alexandre de Moraes classificou o pedido de devolução do aparelho como ‘confuso, sem fundamentação e absolutamente impertinente’. A PF, por determinação do ministro, está conduzindo as investigações sobre o vazamento das conversas entre Tagliaferro e Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes. Tagliaferro, que ocupava o cargo de responsável pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) durante a gestão do ministro, era encarregado da produção dos relatórios em questão.
Prisão de Tagliaferro e custódia do celular
Em maio do ano passado, Tagliaferro foi preso por violência doméstica, o que resultou em sua demissão pelo ministro. Durante o período de prisão, o aparelho celular permaneceu sob a custódia da Polícia Civil de São Paulo. Após a apreensão do celular no contexto do depoimento, a defesa de Eduardo Tagliaferro manifestou que a medida adotada não é comum nesse tipo de situação. O advogado Eduardo Kuntz destacou a questão do abuso de autoridade e do excesso de poder que, segundo ele, ficam evidentes nesse caso.
Fonte: @ Agencia Brasil
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