Nísia diz que estamos muito aquém do que se faz nas redes de direita para um novo paradigma na ciência.
Ao participar do 76º Encontro Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o ministro da Educação, João Silva, enfatizou a importância do combate à desigualdade de acesso à educação. O evento aborda o tema Educação para um Futuro Inovador e Inclusivo: por um Novo Pacto Social com o Conhecimento. ‘Precisamos intensificar o combate à desigualdade educacional’, ressaltou Silva durante sua participação.
No segundo dia do evento, especialistas em educação discutiram estratégias de combate ao analfabetismo funcional. A pesquisadora Maria Santos apresentou um estudo inovador sobre as melhores estratégias de combate a esse problema. ‘É fundamental investir em educação de qualidade para combater o analfabetismo funcional’, destacou Santos. A troca de experiências durante o encontro contribui para o desenvolvimento de novas abordagens eficazes nesse combate essencial.
Estratégias de Combate à Desinformação na 76ª Ciência
É uma batalha sim – e não sei nem se batalha é a melhor forma de combater isso. Mas o que eu vejo é que estamos muito aquém, pela rapidez com que se dissemina. E não só isso: você dissemina uma informação falsa, criminosa, de maneira criminosa. Não é nada neutro. São coisas orquestradas’, avaliou Nísia.
Em sua fala, a ministra alertou para o que chamou de tática de ‘ouvir várias visões do fato’. ‘A gente mesmo, muitas vezes, dá espaço para legitimar discursos que não deveriam ter lugar – pelo menos não nos nossos ambientes. Como tiveram na CPI da Covid. Como se fosse tudo igual’, disse ela, ao se referir aos debates sobre a pandemia de covid-19 no Congresso Nacional.
‘Isso não significa colocar todo e qualquer conhecimento, sandice, loucura, maluquice no mesmo patamar. Não é possível. A gente não pode aceitar isso. E, muitas vezes, nós fazemos isso. Tem que haver uma validação e, para isso, a ciência tem processos históricos de validação’, completou.
Nísia disse ainda que não se deve atribuir à desinformação todas as dificuldades enfrentadas pelo país com a vacinação. ‘Ao negacionismo, podemos, sim, creditar em grande parte porque, à medida em que se tem um governo negacionista, não se faz campanha, não se faz esclarecimento, não se coloca a questão da vacinação e outras questões ligadas ao cuidado como prioridade’.
A ministra defendeu outras abordagens além do combate à desinformação, como facilitar o acesso a vacinas por meio de unidades de saúde funcionando em horário estendido, além de trabalhar o que a ciência define como ‘percepção de risco’ como fator fundamental para ampliar coberturas vacinais.
‘Com a erradicação da circulação do vírus da pólio, por exemplo, que voltou a ser uma ameaça, a percepção de risco [para a doença] passou a ser menor’, explicou. Outra estratégia destacada por Nísia trata da vacinação nas escolas. ‘[A dose contra o] HPV foi uma das vacinas mais atacadas. Uma vacina crucial para a prevenção de câncer de colo de útero e de outros tipos de câncer, porque também devemos proteger os meninos. [A vacinação nas escolas] fez com que tivéssemos, pelo menos com a primeira dose, 80% de crianças e adolescentes vacinados.’
‘Tudo isso nos leva a pensar em abordagens diversificadas. Na saúde e em outras políticas sociais, não devemos estar presos a uma estratégia’, concluiu Nísia.
Fonte: @ Agencia Brasil
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