Estudo revela altas taxas de solidão, estresse e depressão em comunidades, ressaltando a urgência de apoio social e intervenções de saúde pública.
O isolamento e a falta de suporte social são questões relevantes que impactam a saúde mental de várias comunidades. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (INSM), no Brasil, esses desafios são ainda mais acentuados entre jovens LGBTQIA+ em comparação com indivíduos heterossexuais.
No entanto, é importante ressaltar que o isolamento não deve ser confundido com solidão. Enquanto o primeiro se refere à falta de conexão social, o segundo está relacionado à sensação de vazio emocional. É essencial buscar formas de combater tanto o isolamento quanto a solidão para promover o bem-estar mental e emocional de todos.
Impacto do Isolamento Social nas Minorias Sexuais e de Gênero
Um estudo revelou que a incidência de solidão entre adultos que se identificam como bissexuais é de 56,7%, enquanto entre pessoas transexuais, os números variam de 56,4% a 63,9%. Em contrapartida, a taxa de solidão entre adultos heterossexuais e cisgênero é de 30,3% e 32,1%, respectivamente. Esses dados ressaltam um preocupante problema de isolamento social entre as minorias sexuais e de gênero.
Além disso, 36,5% das pessoas bissexuais e entre 34,4% e 44,8% das pessoas transexuais relataram não receber o apoio necessário. Esses números contrastam com os 22,8% da população heterossexual e 23,8% da população cisgênero que relatam a mesma falta de apoio.
Impacto na Saúde Mental devido ao Isolamento Social
A falta de conexões sociais está associada a um aumento significativo nos níveis de estresse, angústia mental frequente e histórico de depressão. De acordo com o CDC, adultos que se sentem solitários têm três vezes mais chances de sofrer de estresse e angústia mental e duas vezes e meia mais chances de sofrer de depressão do que aqueles que não se sentem solitários.
Entre todos os entrevistados, o grupo com as maiores prevalências de solidão e falta de apoio social foi o dos jovens adultos (18 a 34 anos), pessoas com escolaridade menor do que o ensino médio concluído, indivíduos nunca casados e aqueles com renda familiar abaixo de 25,000 dólares. Por outro lado, as menores prevalências foram observadas em adultos brancos e que vivem em lares com dois adultos. A solidão foi significativamente mais comum entre mulheres, enquanto a falta de apoio social foi mais comum entre homens.
Ansiedade na Comunidade LGBTQIAP+ devido ao Isolamento Social
A ansiedade também é uma questão frequente nessas comunidades. Segundo a Zenklub, 16% das pessoas LGBTQIAP+ que buscavam terapia online sofrem desse transtorno. Outros temas comuns em sessões incluem autoconhecimento (15%), relacionamento ou conflitos amorosos (8%), conflitos familiares (7%) e identidade de gênero (4%).
Foram analisados dados anônimos de 12.697 sessões de janeiro de 2023 a maio de 2024. De acordo com Karen Silva, psicóloga coordenadora da Conexa, a falta de aceitação social ou familiar e a pouca empatia contribuem para o desenvolvimento de ansiedade, depressão e outros sintomas. Questões como conflitos de imagem e dúvidas sobre a própria orientação de gênero e/ou sexual também podem gerar angústia.
Os dados do CDC e da Zenklub destacam a necessidade de ampliar o acesso a serviços de saúde mental inclusivos e personalizados para as comunidades LGBTQIAP+. O aumento significativo na quantidade de terapias realizadas por pessoas da comunidade LGBTQIAP+ ressalta a importância de oferecer suporte adequado para lidar com os desafios do isolamento social.
Fonte: @ Veja Abril
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