Carlos Galvão é o CEO da Unlimited, marca por trás do Ironman no Brasil desde os anos 2000, em uma encruzilhada entre esportes e vida profissional.
Ao decidir encerrar sua trajetória como operador na BM&F, bolsa de futuros brasileira que deu origem à B3, Carlos Galvão tinha um objetivo em mente. Ele não estava planejando apenas tirar férias, mas sim embarcar em uma jornada até Tampa, na Flórida, para trazer o renomado Ironman para o Brasil.
Carlos Galvão estava determinado a introduzir a competição de Ironman em terras brasileiras, sabendo que o triathlon é um esporte desafiador e emocionante. Sua missão era proporcionar aos atletas locais a oportunidade de participar de uma das provas mais exigentes do mundo, promovendo a superação e a excelência no esporte. Com sua visão e determinação, ele estava prestes a transformar o cenário esportivo nacional.
Carlos Galvão: Uma Carreira de Sucesso no Mundo do Ironman
Voltou de lá com a marca Ironman na mala, um negócio que fatura R$ 27 milhões ao ano com seis provas no Brasil. A trajetória do atual CEO da Unlimited Sports – detentora da licença para organizar a competição no Brasil – com os esportes não começava ali. Galvão foi um praticante de polo aquático com passagem pelas seleções paulista e nacional na modalidade.
Chegou naquela fase de estudar e trabalhar, e aí eu enveredei para o trabalho, conta o executivo-atleta ao InfoMoney. Não demoraria muito para que a encruzilhada entre esportes e vida profissional retornasse em sua vida. Dos 17 aos 30 anos, passou pela Bolsa de Chicago, por Lehman Brothers e retornou à BM&F, o suficiente para garantir independência financeira e tomar o caminho óbvio: trabalhar com os esportes. ‘Eu me juntei com três amigos, donos da Track & Field na época, e o irmão de um deles’.
Carlos Galvão, CEO da Unlimited, vencendo uma prova do Ironman 70.3 no Panamá. A marca de artigos desportivos já patrocinava o Troféu Brasil de Triathlon. Juntos, formaram a Latin Sports, sociedade que eventualmente seria desfeita para que Galvão virasse o único sócio da Unlimited. Conseguimos a licença com a WTC [dona da marca Ironman] de 1999 para 2000 e já realizamos o primeiro Ironman no Brasil em 2001, diz Galvão.
Na primeira prova, apenas 500 participantes nadaram 3,8 quilômetros, pedalaram 180 quilômetros e correram mais 42 quilômetros – o modelo base da prova desde os anos 1980. Em 2024, a projeção é ter 10 mil inscritos entre as seis provas no País. Diferentemente de provas como corridas de rua, as inscrições para o Ironman são caras, o que torna a expansão do interesse e da quantidade de provas um dos fatores-chave para a elevação de receitas, que atingiram R$ 27 milhões em 2023 e tem projeção para chegar a R$ 30 milhões em 2024. A primeira fonte de receita é de inscrições, com 50% da fatia, aponta Galvão.
Ciclismo no Ironman do Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Unlimited) Para entender a estratégia de crescimento de faturamento da Unlimited, vale regredir a um exercício matemático. Somadas as distâncias percorridas em nado, maratona e ciclismo, as três modalidades do Ironman percorrem 226 quilômetros, ou 140,6 milhas. Apenas uma das seis provas no Brasil cumprem essa distância, enquanto as outras cinco são o chamado ‘Ironman 70.3’, ou simplesmente a metade da prova completa. As inscrições para a ‘70.3’ custam R$ 2.500; na completa, o desembolso é de R$ 4.500.
Embora a empresa não espere expandir o número de competições de longa distância anuais, para evitar uma ‘canibalização’ entre elas, o aumento dos resultados depende de mais competidores nos circuitos que já existem. A saída é investir em um circuito para iniciantes no triatlo chamado ‘Triday Series’, com menores quilometragens. Uma das opções, por exemplo, é nadar 375 metros, pedalar 10 quilômetros e correr 2,5 quilômetros. Com isso, começamos a aumentar a base de entusiastas do triatlo, garantindo um futuro promissor para o Ironman.
Fonte: @ Info Money
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