Usuários de comunidades estão enviando imagens de mulheres para criar deepfakes com conotação sexual, alertando sobre a necessidade de investigação.
Alerta: Este artigo inclui informações que podem ser sensíveis para algumas leitoras. Era a pausa do seu expediente como garçonete em um café de Belo Horizonte. Momento de relaxar — e de conferir o celular. Maria* se surpreendeu com duas mensagens que recebeu pelo WhatsApp. Ambas abordavam a questão das mulheres.
No segundo parágrafo, as senhoras do grupo de amigas comentaram sobre a importância do apoio mútuo entre o feminino. Uma delas mencionou a necessidade de fortalecer a união entre as mulheres, promovendo a sororidade em todas as esferas da vida. A troca de experiências entre as mulheres foi fundamental para fortalecer o vínculo do grupo, que se sentiu mais unido e empoderado após a conversa.
Investigação sobre Imagens Manipuladas de Mulheres
Era um alerta que levou a um turbilhão do qual ela ainda não saiu. Duas senhoras contaram a Ana que uma foto dela ao lado de sua mãe, tirada em uma festa de Natal, foi manipulada para parecer que estavam nuas. A imagem foi compartilhada online com o link do perfil de Ana no Instagram. Ana, uma jovem de 25 anos, ficou chocada com a situação, mas logo ligou a manipulação à postagem que havia feito no Facebook em maio, alertando sobre a criação de imagens pornográficas falsas por membros de uma comunidade na rede social.
Deepfakes: Cada Vez Mais Realistas
Nessas manipulações, corpos nus são inseridos digitalmente em fotos de pessoas vestidas, ou rostos são colocados em cenas de sexo. A inteligência artificial avançada tem tornado essas montagens, conhecidas como deepfakes, cada vez mais convincentes. Ana decidiu investigar por conta própria os responsáveis por esse grupo, percebendo que essas comunidades são frequentemente removidas e recriadas com nomes levemente diferentes.
Comunidades de Deepfakes e o Impacto nas Mulheres
Ana descobriu que essas páginas promovem comunidades de pornô deepfake no Telegram, atraindo milhares de membros. Ela entrou em um desses grupos para monitorar as atividades. A BBC News Brasil testemunhou participantes encomendando deepfakes pornográficos de mulheres conhecidas, mostrando a rapidez com que essas imagens manipuladas são produzidas e compartilhadas.
Hostilidade em Relação às Mulheres
Nos diálogos do grupo, os participantes demonstravam uma postura hostil em relação às mulheres, fazendo comentários misóginos e desrespeitosos. Essas atitudes revelam uma cultura de desvalorização do feminino e de objetificação das mulheres, perpetuada pela disseminação de deepfakes pornográficos. A investigação de Ana expôs a face obscura dessas comunidades online e a necessidade de combater a violência digital contra as mulheres.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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