Ausência de chuvas pressiona inflação, impactando a trajetória da Selic, segundo a Fundação Getulio Vargas, e afeta a taxa de juros do Banco Central.
A inflação no Brasil sofreu um impacto significativo devido à seca que atingiu o país, levando a um aumento de 0,84% no preço da energia elétrica no IPCA-15 de setembro, segundo avaliação do coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, André Braz. Esse aumento contribuiu com 0,03 ponto percentual para a alta de 0,13% do IPCA-15, um indicador que reflete a inflação no país.
A alta de preços da energia elétrica é um exemplo claro da corrosão do poder de compra dos consumidores, que enfrentam um encarecimento constante dos serviços essenciais. A inflação é um desafio contínuo para a economia brasileira, e a seca é apenas um dos fatores que contribuem para essa tendência. A estabilidade econômica é fundamental para o crescimento sustentável do país. É importante monitorar esses indicadores para entender melhor o impacto da inflação na economia e tomar medidas para mitigar seus efeitos negativos.
A Inflação e o Impacto da Alta de Preços
A alta da conta de luz, influenciada pela vigência da bandeira tarifária vermelha desde 1º de setembro, foi um dos principais fatores que contribuíram para o aumento do IPCA-15. Se o preço da energia tivesse permanecido estável, o IPCA-15 teria subido apenas 0,10%. Além disso, a chuva tem um impacto direto no preço dos alimentos, que subiram 0,05% em setembro, após dois meses consecutivos de queda.
A bandeira vermelha tem exercido uma pressão sobre a inflação, o que pode impedir uma reavaliação do cenário para a Selic. O IPCA funciona como uma espécie de bússola para o Comitê de Política Monetária (Copom), que é o corpo executivo do Banco Central (BC) que toma as decisões sobre a taxa de juros. Enquanto a inflação não ceder de forma consistente, a trajetória de apertos na Selic pode ser mantida.
O Impacto da Inflação no Consumidor
Além do encarecimento de itens do dia a dia e da conta de luz, o cidadão também estaria, neste cenário, em um ambiente de Selic alta por mais tempo. Isso significa que, além dos gastos maiores, o crédito tende a ficar ainda mais restrito. Basicamente, este horizonte penaliza o consumidor em dois aspectos: pelo encarecimento das dívidas ou dificuldade de fazer empréstimos e pela corrosão do seu poder de compra.
O baixo índice de desemprego tende a elevar a inflação, pois ‘consequentemente há um aumento de demanda’. Nesse cenário, a tendência para outubro é de aceleração dos preços, mas acredita-se que a inflação oficial — calculada pelo IPCA, do qual o IPCA-15 é considerado uma prévia — encerre o ano dentro do limite da meta perseguida pelo BC, de 3,0% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A alta de preços e o encarecimento dos itens do dia a dia são consequências diretas da inflação. Além disso, a corrosão do poder de compra é um dos principais impactos da inflação no consumidor. A Fundação Getulio Vargas e o Instituto Brasileiro são instituições que acompanham de perto a evolução da inflação e seus impactos na economia.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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