Índice Nacional de Preços ao Consumidor caiu abaixo de 130 mil pontos devido à inflação, alta das Taxas de Juros e queda nos preços do minério de ferro e petróleo no Mercado de Capitais.
No mercado financeiro brasileiro, o juros continua a ser um fator crucial para os investidores. Em um cenário de incerteza econômica, a tendência de queda no Ibovespa é um reflexo da aversão ao risco, que ganhou força com os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro.
Com a inflação em alta, os juros mais altos podem ser uma estratégia para controlar a economia, mas também podem aumentar o custo do dinheiro e reduzir os retornos dos investimentos. Além disso, as taxas de juros mais altas podem afetar a capacidade de pagamento das empresas e dos consumidores, o que pode levar a uma redução na demanda e, consequentemente, uma queda nos preços das ações. A incerteza econômica é um desafio para os investidores.
Impacto dos Juros no Mercado
Os dados recentes mostraram uma aceleração da inflação, levando as taxas a dispararem, o que indica que o aperto monetário para conter o avanço de preços deve ser mais agressivo. Isso significa que mais juros podem estar a caminho. Essa tendência de alta nos juros afeta todos os setores da bolsa, desde exportadoras até empresas ligadas ao mercado doméstico, que se prejudicam em ambiente com juros mais altos. O Ibovespa cedeu 1,18% e encerrou abaixo dos 130 mil pontos pela primeira vez em dois meses, com um prejuízo de 3,15% no ano.
O giro financeiro foi fraco, alcançando R$ 15,3 bilhões durante as negociações, abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,6 bilhões. De acordo com Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o desânimo dos investidores com o IPCA se justifica por conta da reversão da deflação observada no período anterior, ficando acima da expectativa do mercado. O índice de preços foi impulsionado pelos produtos alimentícios e pela energia elétrica.
O Ambiente de Juros Altos
Além disso, a ata do Banco Central americano (Federal Reserve) com os detalhes da decisão de baixar os juros evidenciou tendência de desaceleração da economia americana, com consequente risco de aumento de desemprego, o que avaliza a tendência de baixas menores nas próximas reuniões. Isso significa que o ambiente de juros mais altos deve permanecer não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, que talvez não possa reduzir as taxas na velocidade que o mercado gostaria. Com a perspectiva de cortes menos agressivos, os juros dos títulos públicos americanos (treasuries) voltaram a subir, ajudando na valorização do dólar em relação a moedas emergentes como o real.
A moeda americana subiu 1%, negociado a R$ 5,58. Em outubro, o real já se desvalorizou 2,58% ante o dólar, chegando a perdas de 15,15% no acumulado do ano. Outro fator de forte influência no câmbio e bolsa é a queda nos preços das commodities. Tanto o minério de ferro quanto o petróleo inverteram a tendência do início do mês e voltaram a cair. Quando as commodities caem, também diminui o fluxo de dinheiro estrangeiro nos países emergentes que dependem desses produtos.
O Mercado de Juros Futuros
No mercado brasileiro de juros futuros, o investidor se mostrou bastante reativo ao IPCA acima do esperado e ao aumento dos retornos dos títulos públicos nos Estados Unidos. A curva de juros continua achatada e invertida, sugerindo mais juros para o curto prazo e menos para o longo prazo. O achatamento é quando as taxas de contratos mais curtos e mais longos se aproximam. Quando elas se afastam, o gráfico mostra uma curva mais empinada. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 teve a menor variação do dia, subindo de 11,08% para 11,10% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas de juros altos e ao custo do dinheiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo