Funcionários querem negociar melhores salários e condições de trabalho, liderança do sindicato, paralisação no Castelo da Bela.
Cyn Carranza realiza a limpeza e manutenção dos pisos da Disneylândia durante a madrugada, garantindo que os visitantes que chegam pela manhã tenham a sensação de que ninguém esteve lá antes deles. Após seus turnos próximos ao deslumbrante Castelo da Bela Adormecida, ela voltava para ‘casa’ — um carro —, por cerca de quatro meses no ano passado, devido à insuficiência de seu salário, somado aos ganhos de outros dois empregos, para custear um aluguel. Atualmente, a negociação por melhores salários e condições de trabalho para Carranza e milhares de colegas da Disneylândia tornou-se desafiadora, culminando em uma votação na sexta-feira (19) que autorizou uma possível greve.
Com a aprovação praticamente certa da votação, a liderança do sindicato terá a responsabilidade de decidir se iniciará a paralisação. A mobilização de 9.500 funcionários da Disneylândia reflete a urgência em buscar melhorias significativas em suas condições de trabalho. A expectativa é de que a greve seja um meio eficaz para pressionar por mudanças que beneficiem não apenas os trabalhadores, como Cyn Carranza, mas toda a comunidade envolvida no funcionamento do parque temático.
Greve na Disneylândia: Possibilidade de Paralisação Preocupa Trabalhadores
Autoridades da Disneylândia revelaram que estão elaborando planos para manter os parques funcionando normalmente em caso de greve. A liderança do sindicato afirmou que, se a greve de fato ocorrer, provavelmente será de curta duração, ao contrário das paralisações prolongadas que afetaram a produção cinematográfica e televisiva da Disney e outras empresas de mídia e tecnologia no ano passado. As votações para autorização de greve são comuns, mas não garantem necessariamente que haverá uma paralisação, como foi o caso dos Teamsters na UPS recentemente.
A possível greve na Disneylândia está relacionada à proibição dos broches do sindicato, mas a preocupação principal dos trabalhadores é com os salários e condições de trabalho atuais. Muitos consideram que o contrato vigente não oferece um salário justo. Um exemplo disso é o caso de Carranza, que ganha pouco mais de US$ 20 por hora na Disneylândia, após o adicional por trabalhar à noite. Seu trabalho é árduo, envolvendo o manuseio de equipamentos pesados e mangueiras de PVC extensas.
Carranza expressou sua frustração com a disparidade entre o que ganha e o custo de vida na região. Ela mencionou que os balões vendidos no parque são mais caros do que sua própria hora de trabalho. A pressão salarial aumentou com o salário mínimo de US$ 20 por hora na Califórnia para trabalhadores de fast food, afetando setores que disputam os mesmos profissionais.
Em Anaheim, onde está localizado o Disneyland Resort, os eleitores aprovaram uma medida para garantir um salário mínimo de quase US$ 20 por hora a partir de 2024. No entanto, em uma região com altos custos de vida, muitos trabalhadores ainda lutam para sobreviver. Carranza, por exemplo, chegou a morar em um carro antes de se mudar para um hotel devido à dificuldade de arcar com um apartamento.
A situação preocupa também veteranos como Coleen Palmer, que trabalha na Disneylândia há décadas. Ela relembra uma época em que conseguia alugar um apartamento com seu salário, algo impensável nos dias atuais. A questão dos salários e condições de trabalho no Disneyland Resort reflete uma realidade mais ampla de desafios econômicos na região sul da Califórnia.
Fonte: © CNN Brasil
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