Cientistas descobriram geada em quatro vulcões; estudo publicado na revista Nature Geoscience revela como viagens espaciais afetam a saúde dos astronautas.
A região equatorial de Marte é conhecida por abrigar os vulcões mais altos do Sistema Solar, incluindo o gigantesco Olympus Mons, com 26 quilômetros de altura e 602 quilômetros de diâmetro. Esses vulcões marcianos são verdadeiras maravilhas da natureza, comparáveis em altura a três Montes Everests em alguns casos, o que os torna impressionantes e únicos em nosso sistema planetário.
No misterioso planeta vermelho, os vulcões não são os únicos destaques. Os marcianos que um dia podem ter habitado Marte certamente testemunharam a grandiosidade de Olympus Mons e outros vulcões da região equatorial. A paisagem marciana, com seus vulcões imponentes, é um lembrete da complexidade e diversidade do Sistema Solar, onde Olympus Mons se destaca como um dos maiores mistérios do planeta vermelho.
Marte: Planeta Vermelho e seus Vulcões
Na verdade, toda a cadeia de ilhas havaianas caberia dentro do vulcão marciano, de acordo com a Nasa (agência espacial dos Estados Unidos). Como viagens espaciais afetam a saúde de astronautas? Uma nova ferramenta vai analisar. Rochosos, gelados ou gasosos? Saiba tudo sobre os 8 planetas do Sistema Solar. A Nasa posta foto de robô ‘camuflado’ em Marte e brinca: ‘Conseguem achar?’ Esses gigantes são encimados por grandes caldeiras – depressões em forma de tigela causadas pelo colapso do topo do vulcão após uma intensa erupção. O tamanho colossal das caldeiras – de até 121 quilômetros de diâmetro – cria um microclima especial dentro delas. Utilizando câmeras instaladas em sondas que orbitam Marte, os pesquisadores observaram a formação de geada matinal dentro das caldeiras pela primeira vez. ‘Os depósitos estão se formando no chão da caldeira, mas também vemos um pouco de geada em sua borda. Também confirmamos que é gelo e provavelmente água,’ disse Adomas Valantinas, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Brown (Estados Unidos) que fez a descoberta como doutorando na Universidade de Berna, na Suíça, e principal autor do estudo. ‘É significativo porque nos mostra que Marte é um planeta dinâmico, mas também que a água pode ser encontrada quase em toda a superfície marciana.’ A equipe de mais de duas dúzias de pesquisadores detectou geada em quatro vulcões: Arsia Mons, Ascraeus Mons e Ceraunius Tholus, bem como Olympus Mons, de acordo com o estudo publicado na segunda-feira (10) na revista Nature Geoscience. Os depósitos são extremamente finos — apenas um centésimo de milímetro de espessura, ou um sexto de um fio de cabelo humano, segundo Valantinas — mas estão espalhados por uma área tão grande que equivalem a uma quantidade significativa de água. ‘Com base em estimativas aproximadas, são cerca de 150 mil toneladas métricas de gelo de água, o equivalente a 60 piscinas olímpicas,’ disse ele. Para observar os depósitos, a equipe primeiro analisou cerca de 5 mil imagens tiradas pelo CaSSIS — o Sistema de Imagem de Superfície em Cor e Estéreo da Universidade de Berna — uma câmera de alta definição que vem fotografando Marte desde 2018. Ela está entre os instrumentos a bordo do ExoMars Trace Gas Orbiter, uma espaçonave lançada em 2016 como uma colaboração entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a agência espacial russa Roscosmos. ‘Esta é também a primeira descoberta vinda do CaSSIS, o que é bastante emocionante,’ disse Valantinas. A equipe validou suas observações com dois outros instrumentos: NOMAD, um espectrômetro também a bordo do Trace Gas Orbiter, e HRSC, ou câmera estéreo de alta resolução, uma câmera mais antiga a bordo do orbitador Mars Express da ESA, uma espaçonave lançada em 2003. Imagem de Olympus Mons obtida no início da manhã pela Câmera Estéreo a bordo do Mars Express da ESA, como parte de uma nova pesquisa que revela pela primeira vez a existência de geada de água próxima ao equador de Marte / ESA/DLR/FU Berlin.
Fonte: © CNN Brasil
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