Economista foi questionado sobre autonomia e situação fiscal na Comissão de Assuntos Econômicos durante processo de indicação à diretoria de política monetária.
Após um ano e três meses, Gabriel Galípolo volta a ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, desta vez com o foco em sua indicação para o cargo de diretor do Banco Central.
Nessa nova sabatina, Galípolo terá que responder a perguntas sobre sua visão para a autoridade monetária e como pretende conduzir a instituição financeira. Além disso, ele também precisará abordar questões relacionadas à regulação do sistema financeiro e como o Banco Central pode atuar como um órgão regulador eficaz. A expectativa é que ele apresente um plano sólido para o futuro da instituição.
O Papel do Banco Central na Economia Nacional
O indicado para o cargo de presidente do Banco Central (BC), Galípolo, já respondeu a perguntas de senadores sobre juros, autonomia do Banco Central e a situação fiscal do país. Esses temas devem ser retomados nesta terça-feira. Na última vez, Galípolo foi sabatinado junto com o indicado para a diretoria de fiscalização, Aílton de Aquino Santos. O clima foi amigável e ambos responderam perguntas de parlamentares da base do governo e da oposição.
Galípolo foi aprovado com 23 votos favoráveis e 2 contrários na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). No plenário, o nome do diretor foi confirmado com 39 votos favoráveis, 12 contrários e uma abstenção. Relembre os principais temas tratados na primeira sabatina:
A Autonomia do Banco Central
‘Eu acho que, às vezes, o debate sobre a autonomia do Banco Central é mal interpretado. A autonomia técnica e operacional é aquilo que foi determinado e aquilo que os diretores devem perseguir e seguir. A gente, obviamente, acata a legislação que está sendo colocada aqui por esta Casa junto com a Câmara. Eu só queria dar este testemunho de que eu acho que muitas vezes se entende autonomia do Banco Central como se fosse uma autonomia do processo democrático ou como se alguém quisesse ser indicado para ser diretor do Banco Central para fazer alguma coisa à revelia do que saiu da vontade democrática ou alguma coisa nesse sentido, o que não é o desejo de ninguém – eu tenho certeza – que está ocupando ou que está como candidato para ocupar o papel de uma autarquia.’
A Relação entre o Governo e o Banco Central
‘Quanto à questão de fazer a ponte e a interlocução, eu queria dizer, senador, que eu realmente não me sinto como um preposto, ou qualquer coisa nesse sentido, pelo recebimento que eu tive do próprio Banco Central, tanto pelo corpo técnico quando pelos diretores. Desde o primeiro momento, eu sempre fui muito bem recebido ali, estou sendo muito bem acolhido e, realmente, espero que a indicação do presidente (Lula) e a de vocês venha com esse embasamento de uma capacidade técnica de desempenhar o papel e tentar ajudar nessa interlocução, que tem muito a ver com que o senador também comentou da comunicação.’
A Situação Fiscal do País
‘Eu falei anteriormente, acho que foi até na minha fala de abertura, que o presidente (do BC) Roberto Campos colocou de uma maneira muito feliz essa questão da relação dívida/PIB, o problema, porque o que acontece. Hoje, as premissas que estão colocadas para a maior parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é que a relação dívida/PIB deve ser menor do que 60%. No Brasil, essa relação é de 88,8%. Isso é um problema, porque o que acontece é que, quando você tem uma relação dívida/PIB alta, você tem um custo de financiamento mais alto, e isso afeta a capacidade de investimento do governo e da sociedade como um todo.’
Fonte: @ Valor Invest Globo
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