Ação da ONG Minha Criança Trans ocorreu dia lindo, mãe conta dia inesquecível ao ver filha começar transição.
Uma iniciativa conjunta promovida pela entidade não governamental (ONG) Minha Criança Trans, em parceria com a Vara da Infância do Rio de Janeiro, viabilizou a retificação do nome de 106 crianças e jovens trans. A atividade foi realizada em 26 de julho. Segundo a ONG, todas as decisões já foram homologadas.
Agora, após a retificação dos nomes, as famílias e as crianças beneficiadas podem sentir a transformação e a importância dessa modificação em suas vidas. A ação conjunta entre a ONG e a Vara da Infância demonstra o compromisso com a correção de documentos e a garantia dos direitos das crianças trans no Rio de Janeiro.
Retificação de documentos: um passo importante para a inclusão
Uma das histórias emocionantes que marcou o mutirão de retificação de documentos foi a de M, uma jovem de 15 anos que, acompanhada pela mãe, embarcou em uma jornada do Paraná ao Rio de Janeiro em busca de alterar seu nome na certidão de nascimento e na carteira de identidade. Para S, mãe de M, o dia em que essa correção ocorreu foi verdadeiramente inesquecível. ‘Foi um dos dias mais lindos das nossas vidas’, compartilha emocionada.
Há aproximadamente um ano, a filha de S deu início à transição de gênero. ‘Ela foi extremamente corajosa. Desde o momento em que conversou comigo, começou a transição na escola e na família. Ela se assumiu completamente, de acordo com sua identidade, e foi maravilhoso testemunhar esse movimento, embora tenha sido um processo doloroso. O preconceito é uma realidade muito presente’, relata S. A jovem enfrentou bullying e discriminação, tornando a retificação do nome um passo crucial nesse processo.
O mutirão, fruto de uma colaboração entre a ONG Minha Criança Trans, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Rio de Janeiro, beneficiou 106 crianças e adolescentes trans de diferentes estados brasileiros, além de quatro famílias de crianças residentes no exterior. Enquanto pessoas trans maiores de idade podem retificar seus documentos diretamente em cartório, menores de 18 anos precisam recorrer ao processo judicial.
Thamirys Nunes, fundadora da ONG Minha Criança Trans, destaca a importância de uma regulamentação clara para esse processo judicial. O objetivo do mutirão vai além da retificação em si, buscando estabelecer um padrão para o sistema judiciário lidar com esses casos. ‘É fundamental capacitar o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública para lidar com a temática trans infantojuvenil, diminuindo estigmas e preconceitos e garantindo dignidade às famílias e crianças trans que buscam esse direito’, ressalta Thamirys Nunes.
A ação conjunta visa não apenas corrigir documentos, mas também promover a inclusão e o respeito à diversidade de gênero, transformando a realidade de crianças e adolescentes trans em todo o país.
Fonte: @ Agencia Brasil
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