A cada 14 pessoas aptas, apenas 4 doam. A campanha ‘Doação de órgãos: precisamos falar sim’ incentiva o diálogo sobre doação e transplantes de órgãos e tecidos.
A doação de órgãos ainda é um tema delicado e cercado de tabus na sociedade brasileira. A falta de informação e o medo do desconhecido são alguns dos principais obstáculos que impedem as pessoas de se tornarem doadores. De acordo com estatísticas, apenas quatro em cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar órgãos efetivamente realizam a doação.
No entanto, é fundamental que as pessoas comecem a falar abertamente sobre a doação de órgãos e a importância de se tornar um doador. A conscientização é o primeiro passo para mudar a realidade. Neste sentido, a campanha do Ministério da Saúde, intitulada “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, visa alertar para a necessidade do diálogo sobre a doação e a desmistificação do assunto. Ao doar órgãos, um doador pode salvar vidas e trazer esperança para aqueles que aguardam uma doação. É fundamental que as famílias também estejam envolvidas nesse processo, pois a recusa familiar é um dos principais obstáculos para a doação de órgãos. Ao conversar abertamente sobre a doação, podemos aumentar o número de doadores e, consequentemente, o número de órgãos doados.
Doação de Órgãos: Um Ato de Amor e Solidariedade
A campanha de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos está em andamento nos canais digitais da pasta desde a última quarta-feira (18). Em breve, a campanha também será veiculada nos canais abertos de televisão e rádio. O objetivo é sensibilizar a população sobre a importância da doação e esclarecer dúvidas comuns que podem impedir que as pessoas se tornem doadoras.
Entre os principais motivos que levam as pessoas a não autorizar a doação de seus órgãos estão a não aceitação da manipulação do corpo, crenças religiosas, medo da reação dos parentes, desconfiança da assistência e a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica. No entanto, é fundamental falar sobre o assunto e esclarecer essas dúvidas para que mais pessoas se tornem doadoras.
Além disso, é importante que os doadores informem em vida o seu desejo de doar órgãos e tecidos. A família também precisa comunicar à equipe médica sobre o ato. O diálogo entre os profissionais de saúde e a sociedade é fundamental para quebrar barreiras e fortalecer a confiança em relação à doação.
Diálogo sobre Doação: Um Passo Fundamental
A coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, Patrícia Freire, destaca que, apesar dos números de doações estarem aumentando, a lista de espera por um transplante continua grande. ‘Conversar sobre o tema é uma forma de quebrar barreiras, fortalecer a confiança e saber do desejo de cada um. Um dia, a família que doou órgãos pode precisar de um doador‘, lembra.
Doação e Transplantes: Números e Estatísticas
No primeiro semestre deste ano, 14.352 mil transplantes foram viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país. O número já é maior que o de 2023, quando foram registrados 13,9 mil durante o mesmo período. Os órgãos mais doados foram os rins, fígado, coração, pâncreas e pulmão, além da córnea e medula óssea que são tecidos. No total, 4.580 órgãos e 8.260 córneas foram doados nos primeiros seis meses de 2024.
O SNT é o maior programa público de transplantes do mundo, responsável pela regulamentação, financiamento, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no Brasil. Cerca de 88% do custeio é realizado pelo SUS, que atualmente conta com 1.197 serviços distribuídos em 728 estabelecimentos habilitados para a realização de transplantes em todos os estados.
Fonte: @ Ministério da Saúde
Comentários sobre este artigo