Mulheres acima de 65 anos são mais afetadas; envelhecimento populacional, índices de obesidade, e diagnóstico tardio explicam cenário preocupante.
O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres, representando um grave problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a taxa de mortalidade por câncer de mama aumentou 86,2% em 22 anos, segundo dados da Umane, revelando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
O diagnóstico precoce do tumor mamário é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir a gravidade da doença. Mulheres devem ficar atentas aos sinais e sintomas da neoplasia mamária, realizando regularmente exames de rotina e seguindo as orientações médicas. A conscientização sobre a neoplasia de mama é essencial para combater essa doença e garantir uma melhor qualidade de vida para as pacientes.
Prevalência do Câncer de Mama
De acordo com os dados levantados a partir do Sistema de Informações da Mortalidade (SIM/SUS), foi observado um aumento significativo na taxa de incidência de câncer de mama. Essa taxa subiu de 9,4 por 100 mil habitantes em 2000 para 17,5 em 2022. Além disso, o aumento da mortalidade em decorrência da neoplasia mamária ocorreu em todas as faixas etárias acima de 35 anos, com destaque para as mulheres com mais de 65 anos, representando 179% dos registros.
O estudo também evidenciou um aumento de 140% entre mulheres com idades entre 55 e 64 anos, seguido por 81% na faixa etária de 45 a 54 anos e 72% entre aquelas com idades entre 35 e 44 anos. Segundo a dra. Maira Caleffi, esses números não podem ser atribuídos a um único fator, mas a uma série de elementos interligados.
Fatores de Risco para o Câncer de Mama
O aumento na pirâmide etária da população brasileira, o crescimento dos índices de obesidade e o envelhecimento populacional são alguns dos fatores que contribuem para a incidência de neoplasia mamária. Segundo dados do Censo de 2022, o envelhecimento da população brasileira é um fenômeno acelerado, com um aumento de 57,4% nos idosos em relação a 2010, atingindo 10,9% da população.
O tecido adiposo, influenciado pelo consumo crescente de alimentos industrializados, contribui para o aumento da obesidade, que por sua vez é um fator de risco para o câncer de mama. A dra. Maira ressalta que o excesso de peso não apenas favorece o desenvolvimento da doença, mas também é um indicador de prognóstico desfavorável.
O Papel dos Determinantes Sociais e dos Serviços de Saúde
O levantamento da Umane destacou que a maior parte das mortes por câncer de mama ocorreu entre mulheres com menor nível de escolaridade, evidenciando a relação entre os determinantes sociais e a taxa de mortalidade. Mulheres em áreas remotas enfrentam barreiras no acesso aos serviços de saúde e exames de rastreio, o que impacta no diagnóstico e tratamento da doença.
O médico Luis Eduardo Werneck ressalta que o acesso e qualidade dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, influenciam nos desfechos dos tratamentos para o câncer de mama. A discrepância na oferta de serviços pode ser mais evidente em estágios avançados da doença, tornando a detecção precoce ainda mais crucial.
Importância da Prevenção e do Diagnóstico Precoce
Os especialistas enfatizam a importância da prevenção do câncer de mama através de hábitos saudáveis, prática de exercícios físicos, cessação do tabagismo e moderação no consumo de álcool. O rastreamento, especialmente por meio da mamografia, é uma estratégia fundamental para o diagnóstico precoce da neoplasia mamária.
A dra. Fabiana Makdissi destaca que, apesar dos avanços no tratamento, a detecção precoce continua sendo o maior aliado na cura do câncer de mama. A conscientização sobre a importância dos exames de rastreio e o acompanhamento médico são essenciais para reduzir a morbidade e mortalidade causadas pela doença.
Fonte: @ Estadão
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