Infecções comuns em enchentes: diarreias, dengue, mosquitos. Águas contaminadas, alimentos ingeridos, ferimentos e mucosas. Manifestações intestinais, quadros graves: meningite. Mosquitos proliferação em situações como essas.
Além das tristes estatísticas de 155 mortos e 94 pessoas desaparecidas após as inundações no Rio Grande do Sul, divulgadas neste sábado 18, pela Defesa Civil do estado, e a visão da tragédia com casas alagadas e animais mortos por todo lugar, a população gaúcha ainda tem que se preocupar com mais um grande problema trazido pelas enchentes: a possibilidade de aumento significativo de doenças como diarreias, hepatites, febre tifoide, leptospirose, tétano, raiva e até dengue, que registra o maior surto no país nos últimos anos, com 4,9 milhões de casos e 2.768 óbitos só neste ano, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.
Com as águas contaminadas e o acúmulo de lixo e lama, as enfermidades se tornam uma ameaça ainda maior para a população, que precisa redobrar os cuidados com a saúde e a higiene para evitar a propagação de mais doenças. A situação é crítica e exige ação rápida das autoridades e da comunidade para minimizar os impactos dessas condições adversas e prevenir surtos de doenças infecciosas.
Impacto das doenças em situações de enchentes
As enfermidades são uma ameaça constante em situações como essas, onde as águas de enchentes se tornam verdadeiros criadouros de doenças. A manifestação de quadros intestinais devido à ingestão de alimentos contaminados é uma das principais preocupações em meio a tragédias climáticas, como destaca o pediatra infectologista Renato Kfouri.
Em cenários de calamidades, as doenças transmitidas pela água e alimentos contaminados, pelo contato direto e pelas picadas de mosquitos proliferam rapidamente, colocando em risco a saúde das pessoas afetadas. A falta de saneamento básico e água potável, somada à proliferação de mosquitos transmissores, cria um ambiente propício para a disseminação de enfermidades graves.
A exposição a águas contaminadas e a ingestão de alimentos sem higiene adequada são fatores que aumentam significativamente o risco de contrair doenças como diarreias, febre tifoide e hepatite A em locais de enchentes. Estas condições podem levar a quadros fulminantes que exigem intervenção médica imediata, alerta o especialista.
Além das doenças intestinais, as enfermidades por contato, como a leptospirose, representam um perigo adicional em meio às calamidades. A transmissão dessas doenças por ferimentos ou mucosas expõe as pessoas a sintomas graves, como dores no corpo, febre e até meningite, destacando a importância de medidas preventivas e de tratamento adequado.
A disseminação de doenças como dengue, febre amarela, zika e chikungunya por mosquitos transmissores também é uma preocupação em áreas de enchentes, onde o acúmulo de água propicia a reprodução desses insetos. O cuidado com animais peçonhentos, que podem transmitir raiva, também é essencial para evitar complicações adicionais em meio a desastres naturais.
Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades sanitárias estejam preparadas para lidar com surtos de doenças, oferecendo diagnóstico precoce, tratamento eficaz e orientações claras sobre medidas de prevenção. A conscientização da população sobre os riscos e sintomas das enfermidades é crucial para minimizar o impacto dessas tragédias na saúde pública.
Fonte: @ Veja Abril
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