Primeiro debate presidencial EUA: Biden vs. Trump. Incertezas no mercado financeiro com possíveis impactos do embate entre candidatos. O que está em jogo?
No sábado (28) ocorreu o segundo debate da eleição americana, envolvendo o atual presidente dos Estados Unidos, o Democrata Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump, do partido Republicano, gerando preocupações no mercado financeiro sobre potenciais impactos do pleito nas finanças. O confronto entre os concorrentes foi marcado por trocas de acusações e poucas propostas concretas, refletindo a tensão do momento eleitoral.
O pleito presidencial nos Estados Unidos está cada vez mais acirrado, com os candidatos intensificando suas estratégias para conquistar o eleitorado. O próximo debate promete ser decisivo para o desfecho da corrida, com os eleitores atentos às propostas e posturas dos postulantes à presidência.
Impactos do Primeiro Debate nas Eleições Americanas
Ao longo do primeiro debate presidencial, o atual presidente mostrou-se confuso, errando números e incapaz de conduzir uma discussão de forma eficaz. Essa situação aumentou a probabilidade de uma vitória de Trump no pleito eleitoral, e os efeitos desse cenário já começaram a ser percebidos no mercado financeiro americano na sexta-feira e nesta segunda-feira.
Com a perspectiva de políticas comerciais mais rígidas, incluindo possíveis tarifas mais altas e redução de impostos, ganhando força para 2025, o dólar se valorizou em antecipação a tais mudanças, conforme explicou David Kohl, economista-chefe do banco suíço Julius Baer. Essas medidas podem criar obstáculos ao consumo, elevar a inflação e pressionar as taxas de juros para cima.
Além disso, a extensão dos cortes de impostos que estão prestes a expirar também se tornou mais provável. Diante desse cenário, os mercados reagiram com alta nas ações, ligeiro aumento nos rendimentos do Tesouro e variações mistas nas taxas de câmbio, como analisado pelo banco Goldman Sachs em seu relatório.
A reação moderada nos títulos públicos pode ser atribuída à incerteza em relação às implicações fiscais, uma vez que o controle do Congresso é tão crucial quanto o desfecho das eleições presidenciais nessa área. Por outro lado, setores sensíveis à regulamentação tiveram respostas mais claras, refletindo a dependência da agenda regulatória em relação aos resultados do Congresso.
Entender como um governo Democrata e um governo Republicano impactam o mercado financeiro dos EUA é essencial. Uma vitória de Biden ou de Trump terá consequências significativas para quem investe nos Estados Unidos. O que acontecerá se Biden desistir? Com a idade do presidente Joe Biden no centro das atenções, surgem questionamentos sobre a continuidade de sua candidatura.
Apesar de Biden ter afirmado que não irá desistir e receber apoio de figuras como Barack Obama e sua família, o tema permanece em destaque. Se Biden desistir até agosto, a convenção do partido Democrata em Chicago poderá escolher outro candidato, conforme explicam os analistas Luiza Paparounis e Arthur Mota, do banco BTG.
Diferentemente da convenção republicana, na qual os delegados escolhem presidente e vice-presidente juntos, na convenção Democrata essas escolhas são feitas separadamente. Caso o candidato desista após a nomeação, seu nome permanecerá nas urnas em vários estados, mesmo com a vice-presidente assumindo a candidatura.
Por fim, se Biden desistir após ser eleito, o vice-presidente assumirá automaticamente o cargo. O cenário base previsto pelo BTG é uma vitória de Trump com um Congresso dividido, embora se espere uma disputa mais acirrada do que o indicado inicialmente. Apesar da desconfiança em relação a Biden, a economia e o mercado de trabalho estão em foco neste embate entre candidatos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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