Taxa de referência do dólar no último dia do mês foi principal fator para desvalorização do real, além de mau humor com política econômica e risco maior em relação ao real.
O dólar começou o dia em baixa, porém rapidamente mudou de direção e passou a subir de forma consistente em relação ao real nesta sexta-feira (28). Ao final do dia, a divisa dos Estados Unidos se valorizava em 1,51% e estava sendo negociada a R$ 5,590. No ponto mais alto do dia, alcançou R$ 5,598. Este é o patamar mais elevado em mais de dois anos.
No mercado financeiro, a moeda americana manteve sua trajetória de alta, refletindo a demanda por dólar como uma divisa segura em meio à volatilidade global. A valorização da moeda americana frente ao real demonstra a busca por ativos mais seguros em momentos de incerteza econômica. Os investidores continuam atentos às oscilações do mercado cambial.
Impacto do Dólar na Economia Brasileira
No dia 10 de janeiro de 2022, a moeda americana encerrou cotada a R$ 5,674, atingindo um novo patamar em relação ao real. O dólar, como divisa americana, alcançou seu maior nível em relação ao real, refletindo a aversão ao risco que tem sido observada nos mercados. Essa valorização do dólar em relação ao real foi impulsionada por diversos fatores, incluindo as expectativas em relação às contas públicas do Brasil, que têm se deteriorado ao longo do semestre.
De acordo com Alexandre Viotto, diretor de mesa de câmbio da EQI Investimentos, a comunicação do governo brasileiro tem contribuído para aumentar a incerteza nos mercados, especialmente em relação ao rumo da política monetária. Esse cenário de incerteza tem levado os investidores a buscar refúgio na moeda americana, considerada mais segura em momentos de turbulência.
Além das questões domésticas, fatores externos também têm impactado a valorização do dólar. A postura do banco central americano em relação aos cortes de juros e as recentes incertezas políticas nos Estados Unidos, como o desempenho de Joe Biden no debate presidencial, têm contribuído para fortalecer o dólar em escala global.
Para Viotto, não há um limite claro para a valorização do dólar em relação ao real, podendo atingir R$ 5,70 nas próximas semanas, a menos que ocorram mudanças significativas na política econômica brasileira ou nos indicadores de inflação nos Estados Unidos. A formação da taxa de referência para o dólar no final do mês foi apontada como um dos principais motivos para a recente desvalorização do real, indicando um cenário de cautela entre os investidores.
Na esfera política, as críticas de Luiz Inácio Lula da Silva à política monetária atual, aliadas à preocupação do Banco Central com as contas públicas, têm contribuído para a volatilidade do mercado cambial. Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas, destaca a incerteza fiscal e política como fatores que têm pressionado o real em relação ao dólar.
A desaceleração da inflação nos Estados Unidos em maio levanta expectativas sobre possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve em setembro, o que poderia impactar ainda mais a relação entre o dólar e o real. Nesse contexto de incertezas e volatilidade, o mercado financeiro segue atento às movimentações do dólar e às decisões das autoridades econômicas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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