Dirigentes reforçam tom conservador sobre política monetária devido a preocupação com inflação parar de cair. Essa não é o cenário base.
A inflação continua sendo uma preocupação para autoridades econômicas em todo o mundo. A diretora do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, reafirmou a necessidade de se manter atenta à evolução dos índices de preços.
Diante do atual cenário econômico, o risco de alta para a inflação se torna uma possibilidade real, o que pode exigir a adoção de medidas mais rigorosas. Por isso, é fundamental acompanhar de perto o progresso da inflação e agir prontamente para evitar desequilíbrios no mercado.
A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, alerta sobre os riscos de alta para a inflação
A declaração foi feita durante discurso no evento ‘Estruturas para Política Monetária, Regulação e Capital Bancário’, do Shadow Open Market Committee, organizado pelo Manhattan Institute, em Nova York. Bowman enfatizou que não acredita que o Fed chegou no momento de reduzir os juros e que ainda vê riscos de alta para a inflação.
‘Se os dados que chegam continuarem a indicar que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à nossa meta de 2%, eventualmente será apropriado reduzir gradualmente a taxa de juros para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva.
Entretanto, ainda não chegamos ao ponto em que seja apropriado reduzir a taxa de política monetária, e continuo a ver vários riscos de alta para a inflação’, disse a diretora. ‘Grande parte do progresso da inflação no ano passado deveu-se a melhorias no lado da oferta. A incerteza persiste se outras melhorias no lado da oferta continuarão a reduzir a inflação’.
Os acontecimentos geopolíticos representam riscos adicionais, assim como um estímulo fiscal acrescido ou um aumento nas dotações de gastos. Nesse sentido, a diretora prevê que o progresso na redução da inflação será mais lento em 2024.
Riscos persistem: é cedo para o corte de juros
A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Lorie Logan, alertou sobre a prematuridade de considerar reduções nos juros, devido ao risco de alta para a inflação. Logan expressou sua crescente preocupação com a possibilidade de a inflação estacionar em níveis acima da meta de 2% do banco central.
Logan ressaltou diversas medidas de inflação subjacente que apontam para um cenário próximo aos 3%, ao invés dos 2% almejados. Adicionalmente, a executiva destacou que a política monetária pode não ser tão restritiva quanto se imagina, visto que a taxa de juro neutra pode ter aumentado, contrariando as estimativas anteriores.
Enquanto a maioria dos dirigentes do Fed acreditava que a taxa de juro neutra girava em torno de 2,5%, uma minoria sugere que ela está mais próxima de 3% ou até mais. Atualmente, a taxa de referência está em cerca de 5,3%.
Lorie Logan assumiu a presidência do Fed de Dallas em agosto de 2022 e tem sido uma das vozes mais incisivas contra a inflação persistente. Salientou-se ainda que a dirigente está entre os mais atuantes em evitar que a inflação elevada se torne um problema crônico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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