Velório aberto ao público na prefeitura do Rio, com toque carnavalesco, celebrando a vida de forma divertida e colorida.
Integrantes de agremiações carnavalescas, acadêmicos, figuras públicas, fãs e, sobretudo, colegas de Rosa Magalhães se reuniram para dar adeus àquela que é considerada a mais renomada carnavalesca do Rio de Janeiro. Cada pessoa recordava os momentos compartilhados com ela com afeto. As escolas de samba prestaram suas homenagens, depositando sobre Rosa, cada uma delas, uma bandeira da agremiação.
Em meio à comoção, os presentes relembravam as inúmeras contribuições de Rosa Magalhães para o universo carnavalesco. Sua genialidade e paixão pelo carnaval marcaram gerações e continuarão inspirando futuros artistas. A memória de Rosa, sem dúvida, permanecerá viva nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la.
Rosa, Magalhães;: Uma Vida Carnavalesca, Colorida e Divertida
‘Ela buscava que a vida dela fosse uma vida divertida. Mesmo no carnaval, ela não gostava de temas tristes. Ela gostava sempre de uma coisa engraçada. E eu acho que ela buscava isso tudo na vida, sempre estar se divertindo. Sempre buscando uma coisa leve, colorida’, diz o carnavalesco do Rio, Mauro Leite, da escola de samba São Clemente, que por décadas foi assistente de Rosa e amigo.
Rosa sempre cuidou e se preocupou com os amigos. Leite conta que conversou com ela nesta quinta-feira (25). Ela ligou apenas para perguntar como tinha sido a reunião que ele teve com o presidente da São Clemente. ‘Ela me ligou e perguntou: E aí, como é que foi a conversa? Eu falei: Ah, foi tudo bem. Aí ela falou assim: Era isso que eu queria saber. Foi a última coisa que ela me disse’, conta Leite. Ele lembra da amiga com muito carinho. Eles estavam trabalhando em um projeto juntos. Esta semana ele foi várias vezes à casa dela. Ele conta também que Rosa não vinha se sentindo bem e que não gostava muito de médicos. Morreu no Rio de Janeiro, na noite dessa quinta-feira (25), aos 77 anos.
O velório foi aberto ao público no Palácio da Cidade, sede da prefeitura do Rio, na tarde desta sexta-feira (26). O corpo foi sepultado no cemitério São João Batista.
Rosa, Magalhães; e Sua Contribuição Carnavalesca
Velório da carnavalesca Rosa Magalhães, no Palácio da Cidade – Tânia Rêgo/Agência Brasil Homenagens Amigos e admiradores despedem-se da carnavalesca Rosa Magalhães, no Palácio da Cidade – Tânia Rêgo/Agência Brasil Rosa tinha mais de 50 anos dedicados à arte. O título de 1982 com o Império Serrano fez o enredo Bum Bum Paticumbum Prugurundum figurar entre um dos mais famosos do carnaval carioca.
Na Imperatriz Leopoldinense, a amante do carnaval conseguiu fazer a escola atingir a supremacia por anos seguidos. Conquistou o bicampeonato de 1994 e 1995 e o tricampeonato de 1999, 2000 e 2001. O último campeonato conquistado pela carnavalesca foi em 2013, comandando o carnaval da Unidos de Vila Isabel. Ela nunca parou de trabalhar, seja na avenida ou em outros projetos.
O último desfile da carreira foi em 2023, na Paraíso do Tuiuti. ‘Ela é a referência. Acho que, para mim, a Rosa é a régua. Ela é a régua com a justa medida do que é ser bom na contação de história, na produção de fantasia, na farra carnavalesca que pode alegrar, que pode ensinar, que pode denunciar’, diz o carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense, Leandro Vieira.
‘A Rosa é o gabarito, é o gabarito da história da Imperatriz vitoriosa. E acho que é por isso que a gente fica… está todo mundo aqui meio que embargado, assim, com a voz, porque a gente perdeu um pouco o gabarito’, emociona-se.
Para o jornalista e escritor Fábio Fabato, que era amigo da carnavalesca, Rosa foi ‘simplesmente a melhor, porque ela foi aquela pessoa que pensou causos que os livros didáticos não contam. Ela foi descobrir histórias que nos entregaram um sentido identitário de Brasil. Então, assim, se a gente pode definir quem foi a Rosa Magalhães, uma descobridora dos Brasis que às vezes não nos.
Fonte: @ Agencia Brasil
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