Empresas do Ibovespa tiveram desvalorizações cambiais e reações negativas, em meio a expectativas de inflação e troca de comando.
O outono mal começou e já se sente o frio na pele, principalmente nas redondezas da Avenida Paulista. O Ibovespa, principal referência do mercado financeiro brasileiro, parece estar sendo impactado por esse clima gelado. Em maio, o Ibovespa teve seu valor reduzido em 3%, marcando o terceiro mês consecutivo de baixa.
Apesar das oscilações, o índice da bolsa brasileira continua sendo acompanhado de perto pelos investidores. A volatilidade do mercado financeiro reflete diretamente no desempenho do Ibovespa, que busca se recuperar e manter a estabilidade nos próximos meses.
Desafios para o Ibovespa
Bem distante dos momentos em que o sol brilhava intensamente sobre o Ibovespa, ultrapassando os 134 mil pontos, surgiram condições adversas no mercado de ações brasileiro em maio. A curva de juros apontando para cima, a desvalorização cambial e, sobretudo, uma reação negativa dos investidores devido às divergências na reunião do Copom foram os principais fatores em jogo.
Semana após semana, as expectativas de inflação do Boletim Focus foram se elevando, sinalizando uma distância cada vez maior para possíveis cortes na Selic, a taxa básica de juros. Esse cenário impactou diretamente as empresas mais sensíveis à movimentação da curva de juros. Além disso, a troca de comando na Petrobras também gerou repercussões no mercado.
Diversos temas contribuíram para uma queda além do esperado no mês, conforme aponta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O desempenho mensal só não foi mais desfavorável graças aos resultados trimestrais das empresas.
Mesmo diante das reclamações sobre os altos patamares de juros, algumas empresas conseguiram se destacar em meio às condições adversas, apresentando crescimento e mantendo seus planos de investimento. É nesse contexto que surgem as dez ações com as maiores valorizações no Ibovespa: JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3).
O setor de frigoríficos teve um desempenho excepcional no mês, impulsionado principalmente pelos resultados positivos da JBS e da Marfrig. As ações da JBS registraram um aumento de 23,04% em maio, sendo que grande parte desse crescimento, cerca de 15%, ocorreu após a divulgação dos resultados em 14 de maio.
Igor Guedes, analista de frigoríficos da Genial Investimentos, destaca que a melhora na margem da JBS se deve principalmente aos segmentos da Seara e USA Pork, o que superou as expectativas do mercado. A diversificação geográfica e de proteínas foi fundamental para despertar o interesse dos investidores.
A escassez de gado nos EUA e a inflação americana pressionando os custos da JBS Beef North America foram desafios enfrentados pela empresa. No entanto, a divisão de frangos nos EUA, Pilgrim’s Pride Corporation, promete um cenário favorável, contribuindo significativamente para a rentabilidade da companhia ao longo do ano.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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