Crise entre governos: Argentina apreende Boeing 747 por supostas ligações com o braço das Forças Armadas do Irã, em caso que Venezuela chama de ‘pirataria e roubo’, com sanções atingindo autoridades, em meio a crimes contra a humanidade e questionamentos sobre o Poder Judiciário independente.
A Venezuela está no centro de uma nova controvérsia internacional, após o procurador-geral do país, Tarek Saab, anunciar que solicitou um mandado de prisão contra o presidente da Argentina, Javier Milei. A medida foi tomada em decorrência de um incidente ocorrido em 2022, em Buenos Aires, quando o governo argentino foi acusado de “roubar” um avião de carga venezuelano.
Essa decisão pode ter implicações diplomáticas significativas para a relação entre a Venezuela e a Argentina, dois países da América Latina que têm uma longa história de cooperação e intercâmbio cultural. A República da Venezuela, liderada por Tarek Saab, está determinada a defender seus interesses e direitos, mesmo que isso signifique confrontar a nação vizinha. A Venezuela não tolerará ações que ameacem sua soberania. A justiça deve ser feita, e o governo venezuelano está comprometido em garantir que os responsáveis sejam punidos.
Crise entre Venezuela e Argentina: um capítulo de tensão
A secretária-geral argentina e irmã do presidente, Karine Milei, e a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, estão entre os alvos de um pedido de ordem de prisão emitido pelo Ministério Público venezuelano. Essa medida é mais um capítulo de uma crise entre os governos da Venezuela e da Argentina, que se estende desde 2022.
A crise começou quando o governo argentino apreendeu um Boeing 747 de carga venezuelano a pedido dos EUA, devido a suspeitas de relação com o braço de elite das Forças Armadas do Irã. O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, anunciou que as autoridades argentinas citadas serão acusadas de ‘roubo agravado, lavagem de dinheiro, privação ilícita de liberdade, simulação de ato punível, interferência ilícita, inutilização de aeronave e associação criminosa’.
Reações e investigações
O anúncio foi feito um dia após uma ONG e promotores federais solicitarem à Justiça argentina que ordene a prisão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em uma causa de crimes contra a humanidade. O MP venezuelano nomeou dois promotores especializados para tramitar mandados contra as autoridades argentinas. Além disso, Saab anunciou a abertura de uma investigação por crimes contra a humanidade no controle de protestos contra o governo Milei, que chamou de ‘genocídio’.
O governo da Argentina repudiou o pedido de ordem de prisão realizado pelo procurador-geral venezuelano e disse que ‘o caso mencionado foi resolvido pelo Poder Judiciário, um poder independente sobre o qual o Executivo não pode nem deve ter qualquer interferência, em conformidade com um acordo internacional’. A nota do governo argentino também criticou Maduro, dizendo que na Venezuela não há divisão de poderes nem a independência de juízes.
Origem da crise
A crise entre Venezuela e Argentina começou em junho de 2022, quando um Boeing 747 da Emtrasur, subsidária de carga da Conviasa, empresa aérea estatal venezuelana, foi retido por autoridades argentinas ao aterrissar na cidade de Córdoba, na Argentina. A aeronave estava levando um carregamento de peças automotivas do México. Autoridades do aeroporto atenderam a um pedido de confisco dos Estados Unidos, que afirmam que o avião tem ligação com as Forças Quds, o braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã.
A tripulação, que era composta por 14 venezuelanos e cinco iranianos, foi detida e posteriormente liberada, mas a aeronave permaneceu em solo argentino enquanto a Justiça do país deliberava sobre o caso. A Venezuela acusa a Argentina de ‘roubar’ o avião e fechou o espaço aéreo para voos da Argentina. A crise entre os dois países continua a se agravar, com ambos os lados trocando críticas e insultos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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