Apresentado pelo PL, processo por quebra de decoro parlamentar acusou ofensiva militar na crise humanitária, manifestantes com cartazes.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (12), arquivar a representação por quebra de decoro parlamentar feita pelo PL contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão foi tomada após análise minuciosa dos fatos apresentados no processo, demonstrando a importância do Conselho de Ética na avaliação de condutas dos parlamentares.
No âmbito do Conselho de Ética, é fundamental garantir a transparência e imparcialidade nas investigações, respeitando os princípios éticos que regem a atuação parlamentar. A atuação da Comissão de Ética é essencial para manter a integridade e a credibilidade do Poder Legislativo, assegurando que as normas e valores éticos sejam preservados no ambiente político. O trabalho do Comitê de Ética contribui para a construção de uma cultura de respeito e responsabilidade entre os parlamentares, promovendo a harmonia e o bom funcionamento do Congresso Nacional.
Conselho de Ética: Processo por quebra de decoro parlamentar
Os acontecimentos que levaram à denúncia ocorreram em 8 de novembro de 2023, durante uma reunião realizada pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial para debater a crise humanitária na Faixa de Gaza. Na ocasião, Brunini expressou sua reprovação pela presença de manifestantes na sala da reunião na Câmara dos Deputados, protestando contra a ofensiva militar de Israel contra o Hamas, grupo que governa Gaza. Entre os manifestantes portando cartazes com mensagens como ‘abaixo o genocídio israelense contra palestinos’, estavam até mesmo parlamentares de orientação política de esquerda.
O vídeo da reunião revela que, enquanto o deputado Brunini interrompia a sessão exigindo a remoção dos cartazes, o deputado Glauber Braga tentava retirá-lo do recinto, resultando em um tumulto generalizado. O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), relator do processo que poderia levar à cassação do mandato de Braga, destacou em seu parecer que não houve tentativa de agressão nas imagens. No entanto, identificou a prática de condutas que violam as normas de boa conduta, conforme admitido pelo próprio Braga em sua defesa prévia ao reconhecer que suas ações poderiam configurar falta de civilidade.
Ayres ressaltou que, de acordo com o Código de Ética da Câmara, transgredir as regras de boa conduta nas dependências do Parlamento é considerado um ‘ato atentatório ao decoro’, passível de sanção verbal. Ele explicou que cabe ao presidente da Câmara impor a penalidade de censura verbal, e que o conselho tem recomendado essa medida em casos semelhantes. Neste contexto, a decisão de censurar ou não o deputado Glauber Braga ficará a cargo do atual presidente da Casa, deputado federal Arthur Lira (PP-AL).
Antes do pronunciamento do conselho, Braga afirmou não se arrepender de suas ações e estar disposto a aceitar as consequências do relatório. Ele expressou sua indignação em relação a parlamentares que, de forma recorrente, tentam impedir atividades da esquerda, reiterando que sua atitude foi motivada pela indignação com o ocorrido. Braga questionou qual seria a melhor abordagem diante de situações em que um parlamentar decide obstruir atividades no espaço da Câmara, destacando a complexidade enfrentada pela polícia legislativa ao lidar com tais situações.
A discussão em torno do caso ressalta a importância do respeito ao decoro parlamentar e da atuação em conformidade com as normas éticas estabelecidas. O desfecho do processo no Conselho de Ética terá repercussões significativas não apenas para os envolvidos, mas também para a integridade e credibilidade do Parlamento. É fundamental que as instituições responsáveis pela fiscalização e aplicação das regras éticas ajam de forma imparcial e transparente, garantindo a preservação dos princípios democráticos e do bom funcionamento do sistema parlamentar.
Fonte: @ Agencia Brasil
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