Diálogos da PF revelam suspeitos em esquema de venda.
Via @metropoles | Conversas grampeadas pela Polícia Federal (PF) revelam que envolvidos em um alegado esquema de venda de decisões no gabinete do juiz Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), utilizavam termos como ‘churrascado’, ‘carne’ e ‘picanha’ como códigos para transações de propina que teriam sido repassadas ao magistrado em troca de sentenças favoráveis. O juiz foi alvo de mandados de busca e apreensão durante a Operação Churrascada, deflagrada pela PF na última quinta-feira (20/6), por determinação do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também decretou o afastamento de Ivo de Almeida (foto em destaque) de suas funções por um ano.
Os diálogos interceptados indicam que as menções a ‘picanha’ e ‘carne’ eram usadas de forma dissimulada para se referir a pagamentos ilegais, evidenciando a complexidade do esquema de corrupção envolvendo o desembargador. A Operação Churrascada revelou a extensão das práticas ilícitas no âmbito do TJSP, levando a medidas drásticas como o afastamento do magistrado, que agora enfrenta sérias acusações. A sociedade aguarda por justiça e transparência diante dessas revelações chocantes.
Operação Churrascada Revela Esquema de Corrupção
uma série de mensagens comprometedoras nos celulares dos investigados, envolvendo a organização de ‘churrascos’, codinome utilizado para se referir a plantões judiciários nos quais o desembargador Ivo de Almeida despachava, direcionando pedidos de forma privilegiada. Entre os envolvidos, estavam o guarda municipal Wellington Pires, o advogado Luiz Pires Moraes Neto e Valmi Lacerda Sampaio, já falecido. Valmi, segundo as investigações, era o responsável por marcar as datas desses eventos, visando influenciar as decisões do desembargador.
Nos diálogos analisados, Valmi e Wellington discutem detalhes sobre os ‘churrascos’, com menções a picanha e planos para as reuniões. Em uma das mensagens, Valmi marca um encontro para o dia 23/08, enquanto Wellington menciona uma picanha em São Roque, sugerindo prepará-la para o evento. A pressa em analisar documentos e tomar decisões é evidente nas conversas, indicando um esquema bem estruturado.
Além disso, há referências a pagamentos e favores sendo solicitados e concedidos. Luiz Pires questiona sobre uma posição e menciona a necessidade de ‘correr atrás da carne’, insinuando possíveis acordos ilícitos. A proximidade entre Valmi e Luiz Pires é destacada, com indícios de transações financeiras suspeitas entre eles, inclusive envolvendo um posto de gasolina.
Após a morte de Valmi, Wilson Vital Menezes Junior assume o papel de interlocutor de Ivo de Almeida, aparentando uma relação próxima. Novos diálogos sugerem mudanças em decisões judiciais em troca de benefícios financeiros, levantando suspeitas de corrupção no sistema judiciário.
As negociações envolvendo casos como o de Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato, revelam um cenário de propinas e influência indevida. Wellington e Wilson discutem estratégias para favorecer condenados, incluindo a venda de obras de arte para pagar subornos ao desembargador. A concessão de prisão domiciliar a Adormevil, em contraste com outros casos similares, levanta questionamentos sobre a imparcialidade das decisões do magistrado.
A Procuradoria-Geral da República investiga as denúncias e busca esclarecer o papel de cada envolvido nesse esquema de corrupção, que abala a confiança na Justiça e na integridade do sistema judicial. A operação churrascada revela a complexidade e a gravidade dos crimes cometidos, exigindo uma investigação minuciosa e a punição dos responsáveis.
Fonte: © Direto News
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