Restrições dos EUA impulsionam investimento em tecnologias avançadas para tornar a China líder global no setor de chips.
A China está ampliando seus esforços para se destacar no cenário tecnológico do futuro ao estabelecer seu maior fundo estatal de investimento em semicondutores, no valor de US$ 47,5 bilhões (aproximadamente R$ 245 bilhões), conforme divulgado por uma agência do governo. Este fundo está sendo desenvolvido em meio às restrições abrangentes impostas pelos EUA à exportação de chips e tecnologia de chips, numa tentativa de conter as ambições de Pequim. A iniciativa conta com a participação de seis dos principais bancos estatais do país asiático, incluindo o ICBC e o China Construction Bank.
Essa ação destaca o compromisso do presidente chinês, Xi Jinping, em fortalecer a posição da China como uma potência tecnológica global. Com o objetivo de impulsionar a inovação e a autonomia tecnológica, o país asiático busca se posicionar como líder no desenvolvimento de semicondutores e tecnologias avançadas, desafiando as restrições internacionais. O investimento maciço nesse setor estratégico reflete a determinação de Pequim em garantir sua soberania tecnológica e competir no cenário mundial.
China: Investimento em Tecnologias Avançadas
Com seu roteiro Made in China 2025, Pequim estabeleceu uma meta ambiciosa para que o país se torne líder global em uma ampla gama de setores, incluindo inteligência artificial (IA), 5G sem fio e computação quântica. O mais recente veículo de investimento é a terceira fase do Fundo de Investimento do Setor de Circuitos Integrados da China, conhecido como ‘Big Fund’. Este fundo foi oficialmente estabelecido em Pequim, de acordo com o National Enterprise Credit Information Publicity System. A primeira fase, criada em 2014, teve um capital de 138,7 bilhões de yuans (US$ 19,2 bilhões), enquanto a segunda fase, estabelecida cinco anos depois, contou com 204,1 bilhões de yuans (US$ 28,2 bilhões).
Os investimentos visam elevar o setor de semicondutores do país aos padrões internacionais até 2030, focando principalmente na fabricação de chips, design, equipamentos e materiais, conforme anunciado pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação durante o lançamento da primeira fase em 2014.
Apesar dos avanços, o ‘Grande Fundo’ enfrentou desafios, incluindo escândalos de corrupção. Em 2022, o órgão de vigilância antifraude do país iniciou uma repressão ao setor de semicondutores, investigando figuras-chave em empresas estatais de chips, como Lu Jun, ex-diretor executivo da Sino IC Capital, que administrava o ‘Big Fund’.
Além disso, obstáculos externos surgiram, como os controles de exportação dos EUA em relação a chips avançados e equipamentos de fabricação. O governo Biden pressionou aliados a impor restrições semelhantes, levando Pequim a retaliar com seus próprios controles de exportação sobre matérias-primas essenciais para a fabricação de chips.
Apesar desses desafios, o novo fundo de chips não é apenas uma medida defensiva, mas também reflete as ambições de longo prazo de Xi Jinping de posicionar a China como uma superpotência tecnológica global. No ano passado, a Huawei surpreendeu o mercado ao lançar um smartphone com um processador de 7 nanômetros, fabricado pela Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) da China, desafiando as restrições tecnológicas impostas pelos EUA.
A China continua a investir pesadamente em tecnologias avançadas, buscando garantir sua posição como líder global no futuro da inovação tecnológica.
Fonte: © CNN Brasil
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