Países do G20 endossaram estudo de economista francês sobre sistemas tributários regressivos para super-ricos e grandes fortunas.
O Brasil enfrenta um desafio constante no combate à fome, buscando alternativas para garantir a segurança alimentar de sua população. Uma das estratégias em destaque é a utilização de recursos provenientes da taxação dos grandes patrimônios, os chamados super-ricos, para promover ações que visam reduzir a fome e a pobreza no país. Essa abordagem foi ressaltada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante um evento no Rio de Janeiro, enfatizando a importância de investimentos nesse sentido.
A contribuição dos ricos e bilionários por meio de impostos pode ser um passo significativo na luta contra a fome e a desigualdade social. Com a destinação adequada dos recursos arrecadados, é possível fortalecer iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, impactando positivamente a vida de milhares de brasileiros. A conscientização sobre a importância da solidariedade e da partilha de recursos é fundamental para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
Aliança Global contra a Fome: Desafios dos Super-Ricos e Recursos Necessários
A Aliança Global é uma das prioridades da presidência brasileira do G20, que reúne as 19 maiores economias do planeta, além da União Europeia e da União Africana. Em todo o mundo, os super-ricos utilizam uma variedade de estratégias para escapar dos sistemas tributários, o que resulta em uma situação em que, no topo da pirâmide, os sistemas são regressivos e não progressivos, onde os mais ricos acabam pagando menos impostos, como destacou o ministro da Fazenda.
O estudo do economista francês Gabriel Zucman, encomendado pelo Brasil, aponta que a taxação de bilionários em 2% de suas riquezas poderia gerar uma arrecadação de até US$ 250 bilhões por ano. Esse valor é aproximadamente cinco vezes maior do que o montante destinado pelos dez maiores bancos multilaterais para combater a fome e a pobreza em 2022, conforme mencionado por Haddad.
A Aliança Global parte do princípio de que a comunidade internacional tem os recursos necessários para garantir condições de vida dignas para todos. O que tem faltado, segundo o ministro, é a vontade política. A Aliança pretende ser o catalisador dessa vontade, mobilizando esforços para aumentar os recursos disponíveis globalmente para combater a fome e a pobreza.
Haddad ressaltou a importância da articulação de recursos provenientes de bancos multilaterais de financiamento ao desenvolvimento, como o Banco Mundial, o BID e o BAD, bem como a facilitação do acesso a recursos pelo FMI. Ele mencionou a necessidade de buscar inovações em instrumentos de financiamento e citou parcerias público-privadas e reformas nos bancos multilaterais.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, e o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, expressaram apoio à iniciativa. Goldfajn afirmou o compromisso do BID em erradicar a pobreza extrema na América Latina até 2030, enquanto Banga destacou que o Banco Mundial será um parceiro líder na Aliança Global, buscando atingir meio bilhão de pessoas com ações de financiamento até 2030.
A Aliança Global busca canalizar recursos e promover a troca de experiências para acabar com a insegurança alimentar no mundo. Apesar de ter sido lançada no âmbito do G20, a iniciativa está aberta a países fora do grupo e a organizações internacionais. Nesta fase, ocorre a formalização dos termos e abre-se espaço para a adesão de países interessados.
Fonte: @ Agencia Brasil
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