Maior registro histórico de infecção por Aedes aegypti desde 2000; 2.899 mortes confirmadas pelo Ministério da Saúde.
Após exceder a projeção do Ministério da Saúde para todo o ano de 2024, o Brasil alcançou mais de 5 milhões de casos de dengue nesta terça-feira, 21, em um cenário que se configura como o maior surto da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti dos últimos 24 anos. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabilizou 5.145.295 episódios e 2.899 mortes relacionadas à dengue.
Esse aumento significativo nos casos de dengue reflete a urgência de ações efetivas para combater o surto da doença. É fundamental que a população esteja atenta aos sintomas da dengue e adote medidas de prevenção, como a eliminação de focos de reprodução do mosquito transmissor. A prevenção é a chave para reduzir a propagação da dengue e evitar mais episódios graves.
Dengue: Números Alarmantes e Desafios Contínuos
Há 2.687 óbitos em investigação relacionados à dengue. O país enfrenta uma situação preocupante, tendo batido recordes de episódios e mortes pela doença em sua série histórica, que remonta ao ano 2000. Em todo o ano passado, foram registrados 1.658.816 casos de dengue, marcando um aumento significativo em relação aos anos anteriores. A maior crise da doença até então havia ocorrido em 2015, com 1.688.688 notificações.
Em relação às mortes, o ano passado detinha o recorde, com 1.094 óbitos, seguido por 2022, que registrou 1.053 mortes. No início de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou a estimativa alarmante de que o número de casos de dengue no país pode atingir a marca de 4,2 milhões em 2024, evidenciando a gravidade da situação.
Embora os registros nas semanas epidemiológicas estejam apresentando uma queda, o país ainda enfrenta um surto preocupante da doença. De acordo com o Painel de Monitoramento da Saúde, o Distrito Federal e 17 estados estão em estado de epidemia de dengue, conforme os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A crescente incidência de casos de dengue tem sido observada desde o início de 2024, e em menos de três meses, o número de casos no país já ultrapassou os registros de todo o ano de 2023, evidenciando a urgência de medidas preventivas e de combate à doença.
A campanha de imunização contra a dengue está em andamento, com foco na faixa etária dos 10 aos 14 anos, considerada a mais afetada por episódios graves que requerem internação. Os estados selecionados para receber as doses da vacina foram escolhidos com base na predominância do sorotipo 2 da doença e nos altos números de notificações desde o ano anterior, bem como nos índices de infecção ao longo da última década.
O Ministério da Saúde garantiu o estoque de vacinas contra a dengue para os anos de 2024 e 2025, com a previsão de receber 5,2 milhões de doses até o final deste ano, além da doação de 1,3 milhão de doses. Isso possibilitará a imunização de 3,2 milhões de pessoas com o esquema vacinal completo.
Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a dengue, com ênfase em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, como é o caso do Brasil. A vacina Qdenga, da Takeda, foi aprovada pela Anvisa e disponibilizada para essa faixa etária, tornando o Brasil o primeiro país a incluí-la no sistema público de saúde.
O Ministério da Saúde também forneceu esclarecimentos sobre eventos adversos relacionados à vacina contra a dengue, a Qdenga, aplicada no público de 10 a 14 anos, reforçando a importância da transparência e segurança no programa de imunizações do país.
Fonte: @ Veja Abril
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