ESPN: Possível paralisação do Brasileirão. Na Série A, maioria busca consenso em divisões inferiores. Para impedir: adiamento geral de jogos. Brecha para uma ação judicial enxurrada. (146 caracteres)
O documento emitido pelo Flamengo na tarde desta quinta-feira (16) pedindo a interrupção do Brasileirão se une aos pedidos do Palmeiras e demais 9 clubes da elite do Futebol Nacional, reforçando a solicitação de paralisação do torneio.
A decisão da CBF de pausar temporariamente o Brasileirão foi tomada após a pressão de diversos times e da opinião pública, evidenciando a necessidade de um debate mais amplo sobre a continuidade do campeonato.
CBF não para a competição: entenda os bastidores da paralisação do Brasileirão;
Mas, afinal, por que a CBF, mesmo dizendo respeitar a vontade dos clubes, não pausa a competição de forma imediata? O ESPN.com.br conversou com integrantes do núcleo duro do presidente Ednaldo Rodrigues e interlocutores dos principais departamentos da CBF para compreender o jogo político por trás da decisão de ‘empurrar’ a situação até o Conselho Técnico previsto para o próximo dia 27.
Antes de tudo, é crucial ressaltar que a CBF é totalmente contra a paralisação das suas competições. Oficialmente, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, reitera que ouvirá a posição dos clubes e que a vontade deles será respeitada. Paralelamente, nos bastidores, preocupada com o calendário e interesses de parceiros comerciais, o comando da confederação se articula para impedir que os jogos sejam suspensos.
Diante da maioria formada entre os clubes da Série A, Ednaldo e seus aliados trabalham junto aos clubes das séries B, C e D para que a mesma opção não seja feita por eles. O presidente ainda reforça aos interlocutores que não faz sentido interromper apenas uma única divisão. Se não houver consenso nas divisões inferiores, a CBF trabalhará para não parar a Série A, mesmo com a maioria estabelecida até aqui.
Cabe frisar que outras deliberações recentes, como pedido por paralisação do Brasileirão em Data Fifa, foram rejeitadas mesmo com a maioria dos clubes fazendo a solicitação. Entre as argumentações que sustentam o pedido para que os campeonatos não parem, a CBF reforça aos times que um adiamento geral de jogos após o final de maio comprometeria o calendário. Datas Fifa de setembro, outubro e novembro seriam utilizadas para jogos do Brasileiro, bem como qualquer nova intercorrência levaria o torneio a terminar depois da data prevista, prejudicando férias e outros compromissos.
Ciente do tempo necessário para tamanha articulação, Ednaldo e sua diretoria ‘empurraram’ o Conselho Técnico para o dia 27 de maio, mesmo cientes da urgência do caso. Soma-se a isso o fato de o dirigente estar fora do Brasil até o próximo dia 18. Ele e uma comitiva de quase 20 pessoas representam o país no Congresso Técnico da Fifa que deverá confirmar a Copa do Mundo Feminina de 2027 em solo brasileiro. Com uma gestão marcada pelo perfil centralizador de seu presidente, nenhuma decisão que envolva maior discussão será tomada diante de sua ausência física.
Outro argumento em que Ednaldo se apoia é a insegurança jurídica de uma paralisação às pressas do Brasileirão. Na visão do corpo de advogados que orienta a diretoria da CBF, um adiamento de jogos sem a anuência de todos os clubes poderia gerar brecha para uma enxurrada de ações judiciais questionando a determinação. A falta de uma unanimidade também joga a favor do tempo que a confederação precisa para postergar uma decisão definitiva. Mesmo com parte dos principais clubes do país, opinião pública e Ministério do Esporte se opondo ao prosseguimento do campeonato, Ednaldo ainda se escora no número considerável de times de divisões menores ao seu lado.
Fonte: @ ESPN
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