Restrições aos aluguéis visam controlar aumento dos custos de moradia e tornar a cidade mais acessível para os moradores.
Uma das cidades mais visitadas da Espanha, Barcelona, surpreendeu nesta sexta-feira (21) ao anunciar a proibição do aluguel de apartamentos para turistas até 2028. A decisão visa conter o aumento dos preços da moradia e tornar a cidade mais acessível para os residentes locais. A medida drástica reflete a preocupação das autoridades em preservar a identidade e a qualidade de vida em Barcelona.
Essa ação inovadora da cidade espanhola mostra um esforço significativo em equilibrar o turismo com as necessidades da comunidade local. Barcelona reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar de seus habitantes, priorizando a harmonia entre o setor turístico e a vida cotidiana na cidade. A proibição do aluguel de apartamentos para turistas é um passo importante em direção a um futuro mais equitativo e inclusivo para todos que chamam Barcelona de lar.
Barcelona: Restrições aos Aluguéis de Curto Prazo
Em um anúncio recente, o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, revelou planos ambiciosos para a cidade espanhola. Até novembro de 2028, Barcelona pretende eliminar as licenças dos 10.101 apartamentos atualmente aprovados para aluguéis de curto prazo. Essa decisão visa abordar um problema crescente na cidade.
Collboni enfatizou que o boom dos aluguéis de temporada em Barcelona tem impactado significativamente os custos de moradia. Com os aluguéis aumentando 68% nos últimos 10 anos e o custo da compra de uma casa subindo 38%, muitos residentes locais estão enfrentando dificuldades financeiras para manter um lar na cidade.
O acesso à moradia tornou-se um fator de desigualdade, especialmente para os jovens que buscam estabelecer-se em Barcelona. A ministra da Habitação da Espanha, Isabel Rodríguez, expressou apoio à iniciativa de Barcelona, destacando a importância de garantir moradias acessíveis para todos os cidadãos.
Essa medida não é exclusiva de Barcelona. Outras cidades europeias, como as Ilhas Canárias, Lisboa e Berlim, também implementaram restrições aos aluguéis de curto prazo devido aos impactos negativos na comunidade local. A gentrificação e a preferência dos proprietários por aluguéis lucrativos para turistas têm sido temas de debate em toda a Europa.
Apesar do apoio do governo espanhol e de alguns setores da sociedade, houve críticas à decisão de Collboni. A associação de apartamentos turísticos de Barcelona alertou que a proibição poderia resultar em um aumento de apartamentos de temporada ilegais, beneficiando os hotéis em detrimento dos proprietários individuais.
A associação de hotéis de Barcelona preferiu não comentar a medida, enquanto Collboni ressaltou que os 10.000 apartamentos afetados serão realocados para os moradores locais ou colocados no mercado de aluguel ou venda. O governo local prometeu manter um regime de inspeção rigoroso para identificar possíveis apartamentos turísticos ilegais.
Com a proibição de novos apartamentos turísticos e o fechamento de unidades ilegais, Barcelona busca equilibrar o turismo com as necessidades habitacionais de seus residentes. O futuro da cidade dependerá da capacidade de encontrar soluções sustentáveis para garantir um ambiente habitável e acessível para todos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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