Resistência antimicrobiana pode causar 39 milhões de mortes em 25 anos, segundo o Projeto Global Research, destacando a necessidade de desenvolvimento de novos antibióticos para reduzir mortes anuais.
Um estudo global publicado no The Lancet revela que, nos próximos 25 anos, mais de 39 milhões de pessoas podem perder a vida devido a infecções que apresentam resistência a antibióticos. A pesquisa, conduzida pelo Projeto Global Research on Antimicrobial Resistance (GRAM), é a primeira análise global das tendências de resistência antimicrobiana (RAM) ao longo do tempo.
Entre 1990 e 2021, mais de um milhão de mortes anuais foram diretamente causadas por RAM, o que é um número alarmante. Além disso, a resistência a antibióticos é um problema crescente que pode levar a uma crise de saúde pública. A falta de novos antibióticos eficazes é um desafio significativo para a comunidade médica, e é fundamental que sejam desenvolvidas estratégias para combater a resistência antimicrobiana e garantir a saúde pública.
A Resistência Antimicrobiana: Um Desafio Crescente para a Saúde Global
A pesquisa projeta que, até 2050, as mortes diretas anuais por resistência antimicrobiana (RAM) poderão subir para 1,91 milhão, representando um aumento de quase 70% em relação a 2022. Além disso, o número de mortes associadas à RAM deverá aumentar de 4,71 milhões para 8,22 milhões por ano. Esse aumento alarmante é um sinal claro de que a resistência antimicrobiana é um problema crescente que exige ação imediata.
A resistência a antibióticos críticos, como o MRSA e os carbapenêmicos, tem mostrado um crescimento significativo. Em 2021, o MRSA foi responsável por 130.000 mortes, mais do que o dobro de 1990. A resistência a carbapenêmicos também aumentou de 127.000 para 216.000 mortes no mesmo período. Esses números são um alerta para a necessidade de desenvolver novas estratégias para enfrentar a RAM.
O Impacto da Resistência Antimicrobiana nas Faixas Etárias
As mortes por RAM entre crianças menores de cinco anos diminuíram pela metade desde 1990, mas as mortes entre pessoas com 70 anos ou mais aumentaram em mais de 80%. Esse aumento nas mortes em faixas etárias mais avançadas é um sinal de que a resistência antimicrobiana é um problema que afeta todas as idades, mas de maneira desigual.
O estudo prevê que, entre 2025 e 2050, a RAM causará mais de 39 milhões de mortes diretas e estará associada a 169 milhões de mortes mais amplas. As mortes entre crianças menores de cinco anos devem continuar a diminuir, mas isso será superado pelo aumento nas mortes em faixas etárias mais avançadas, especialmente entre aqueles com 70 anos ou mais, com um aumento de 146% até 2050.
Regiões Mais Afetadas pela Resistência Antimicrobiana
O Sul da Ásia, incluindo países como Índia e Paquistão, deverá enfrentar o maior número de mortes diretas por RAM, com 11,8 milhões previstas entre 2025 e 2050. Outras regiões afetadas incluem o Sudeste Asiático, o Leste Asiático e a África Subsaariana. Essas regiões precisam de ações urgentes para enfrentar a RAM e prevenir milhões de mortes.
A Necessidade de Novas Estratégias para Enfrentar a Resistência Antimicrobiana
A melhoria no tratamento de infecções e o acesso a antibióticos pode prevenir 92 milhões de mortes entre 2025 e 2050. Além disso, o desenvolvimento de novos antibióticos direcionados a bactérias Gram-negativas poderia evitar 11,08 milhões de mortes globalmente no mesmo período. Os pesquisadores destacam a necessidade urgente de novas estratégias para enfrentar a RAM, incluindo melhorias na vacinação, no uso de antibióticos e no desenvolvimento de novos medicamentos.
A resistência antimicrobiana representa uma ameaça significativa para a saúde global, e sem ações eficazes, a situação pode se agravar, resultando em milhões de mortes adicionais nos próximos anos. É fundamental investir na coleta de dados e na infraestrutura de saúde para obter estimativas mais precisas e enfrentar o desafio crescente da RAM.
Fonte: @Olhar Digital
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